Militares prendem três ministros no Mali e presidente do país está desaparecido

O governo, todas as instituições e a Constituição malineses estão suspensos, segundo os golpistas

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Por EFE
Atualização:

Bamaco, 22 - Militares malineses que derrubaram nesta quarta-feira o governo de Bamaco, na República do Mali (África), detiveram durante a madrugada pelo menos três ministros, que são mantidos presos no quartel onde qual teve início o golpe de Estado. O paradeiro do presidente do país, Amadou Toumani Touré, é desconhecido.

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Uma fonte próxima aos golpistas confirmou que dois dos três ministros detidos são o titular da pasta das Relações Exteriores, Soumeylou Boubeye Maiga, e o da Administração Territorial, Kafougouna Koné. Ambos se encontram no acampamento de Kati, a 15 quilômetros de Bamaco.

O governo e todas as instituições malineses estão suspensos, segundo Amadou Konaré, porta-voz do principal órgão dos golpistas, o Comitê Nacional pela Recuperação da Democracia e a Restauração do Estado (CNRDRE).

Konaré comunicou também a suspensão da Constituição e denunciou a incapacidade do governo de solucionar o conflito tuaregue no norte do país, a ameaça terrorista e a má dotação e preparação do Exército.

Já o presidente do CNRDRE, capitão Amadou Haya Sanogo, apelou que a sociedade civil e os partidos políticos produzam "uma marcha patriótica para salvar a democracia".

Segundo testemunhas, militares entraram em algumas casas de políticos opositores e as destruíram, mas não há informações sobre detenções.

Além disso, os golpistas decretaram o toque de recolher e pediram calma às forças da ordem.

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Dois comunicados emitidos pela televisão estatal, que foi tomada ontem pelos militares amotinados, são divulgados continuamente.

Ainda são ouvidos disparos em alguns bairros da cidade. Unidades da polícia se uniram aos golpistas, que asseguraram não pretender "usurpar o poder".

A República do Mali é a sétima maior nação da África e tem fronteira com sete países

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