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Militares rebeldes venezuelanos dizem que não se entregam

Por Agencia Estado
Atualização:

O grupo de oito oficiais militares rebeldes que permanece na Praça Altamira, em Caracas, desde 22 de outubro, não pretende se entregar, apesar da ordem de prisão emitida contra seus integrantes nesta quarta-feira à noite pelo Ministério da Defesa da Venezuela. "Desconhecemos esse regime, não reconhecemos nenhuma autoridade deste governo e, muito menos, as autoridades de uma Justiça militar subordinada", disse o coronel Julio Rodríguez, um dos citados na ordem de prisão. Depois de se declararem em desobediência civil, os militares declararam "território livre" a Praça Altamira, onde permanecem desde outubro. Ao mesmo tempo, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, reuniu-se nesta quinta a portas fechadas em Nova York com o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan. Do lado de fora do edifício-sede da ONU, cerca de 200 manifestantes protestaram contra Chávez. Na entrevista coletiva ao fim da reunião com Annan, Chávez reiterou que concorda em submeter seu mandato a um referendo revogatório em agosto, como prevê a Constituição. Mas advertiu que qualquer tentativa de realizar um plebiscito antes disso seria inconstitucional. A oposição venezuelana tenta levar adiante a realização de um referendo consultivo em 2 de fevereiro. A Justiça do país, que analisa as teses em favor e contrária à votação, ainda não se manifestou sobre a legalidade da consulta popular. Pela proposta da oposição, o referendo não teria efeito vinculante, ou seja, Chávez não seria obrigado a deixar o cargo no caso de um resultado que lhe fosse desfavorável. Mas a rejeição popular expressa pelas urnas poderia tornar sua situação ainda mais insustentável.

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