Militares venezuelanos detêm dois jornalistas que trabalhavam perto do palácio presidencial

Andreína Flores e Jorge Pérez Valery ficaram detidos por quatro horas por ‘supostamente estarem gravando' em um ‘corredor presidencial’, segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores de Imprensa

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CARACAS - Militares venezuelanos detiveram por quatro horas na quinta-feira os correspondentes Andreína Flores, das emissoras RCN da Colômbia e da Radio France, e Jorge Pérez Valery, do conglomerado Red Más Colombia, quando trabalhavam perto do palácio presidencial em Caracas.

"Depois de quatro horas de detenção ilegal, já saindo do Fuerte Tiuna - o principal complexo militar na capital venezuelana -, com Flores y Pérez Valery", escreveu em sua conta no Twitter Marco Ruiz, secretário-geral do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Imprensa (SNTP).

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de cerimônia militar em Maracay Foto: REUTERS/Miraflores Palace

"Trata-se de um gesto de intimidação", acrescentou Ruiz, que publicou uma fotografia sua com os jornalistas no interior de um veículo no momento em que deixavam Fuerte Tiuna.

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Consultado pela agência de notícias France-Presse, um funcionário do Ministério de Comunicação e Informação afirmou que não havia um pronunciamento oficial sobre o fato. Mais cedo, Pérez Valery havia relatado que eles foram detidos na área de El Calvario e levados a um posto da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), e depois a Fuerte Tiuna.

Os jornalistas, ambos venezuelanos, foram trasladados pela Direção de Inteligência Militar até as instalações do Ministério da Defesa, localizadas dentro de Fuerte Tiuna, informou o SNTP em um comunicado.

Segundo a organização sindical, os repórteres foram detidos "por supostamente estarem gravando em um 'corredor presidencial'" em El Calvario, perto do Palácio de Miraflores. O defensor público Tarek William Saab escreveu em sua conta do Twitter que uma delegação iria a Fuerte Tiuna para "verificar a situação legal" dos jornalistas.

Em 2015, a ONG Espaço Público registrou 286 violações à liberdade de expressão, causadas principalmente por intimidação, agressão verbal e censura, aponta o relatório anual. No mesmo ano, a organização Repórteres Sem Fronteiras situou a Venezuela no posto 137 de 180 na classificação mundial da liberdade de imprensa, duas posições abaixo com relação à registrada no ano anterior. / AFP

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