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Minas informais ampliam risco de trabalhadores no Chile

Por AE
Atualização:

A tragédia na mina chilena de San José - na qual 33 trabalhadores ficaram soterrados a quase 700 metros de profundidade durante 70 dias - pode se repetir, com consequências fatais, em 15% das 20 mil minas mapeadas do Chile, nas quais mais de 2 mil mineradores estão trabalhando neste momento. O alerta foi feito por alguns dos maiores especialistas em engenharia de mineração e líderes sindicais do Chile."É seguro que essa tragédia pode se repetir num grau ainda muito maior se as coisas continuarem como estão", disse o diretor do Departamento de Engenharia de Minas da Universidade do Chile, Aldo Casali. "Simplesmente não há como fiscalizar todas as pequenas minas que funcionam nos locais mais remotos do país."O último mineiro a ser resgatado na mina San José, na quarta-feira, Luis Urzúa, foi taxativo em seu encontro com o presidente chileno Sebastián Piñera: "Espero que isso nunca mais se repita", disse, olhando nos olhos do presidente. Piñera prometeu uma revisão completa nas regras do setor. Mas poucas horas depois de Urzúa voltar a respirar na superfície, outro mineiro, de 26 anos, morreu num acidente de trabalho na mina Botón de Oro, na Quinta Região, de Valparaíso. Ele foi o 35.º mineiro chileno a morrer em serviço este ano. O Chile responde por 40% do cobre comercializado no mundo. A exploração desta valiosa commodity fica quase toda nas mãos de grandes empresas mineradoras, especialmente a estatal Codelco, uma espécie de "Petrobras do cobre" chilena. "O risco está nas pequenas empresas, formadas, às vezes, por grupos de cinco ou seis pessoas. Muitas delas nem têm licença e vendem clandestinamente o minério para empresas maiores", disse o presidente da Federação dos Trabalhadores do Cobre (FTC), Raimundo Espinoza Concha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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