Mineiros presos no Chile sabem que não sairão antes do fim de setembro

Segundo ministro da Saúde, no entanto, grupo não sabe exatamente tempo de duração do resgate

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Por Redação
Atualização:

Mensagem deixada por parente de um dos mineiros próxima à mina de San José

 

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SANTIAGO- O ministro de saúde do Chile, Jaime Mañalich, anunciou nesta quarta-feira, 25, que os 33 mineiros presos em uma mina no norte do país estão em bom estado de saúde, mas que será um grande desafio mantê-los durante o tempo de demora do resgate, que não será inferior a 90 dias. As informações são da versão online do jornal La Tercera.

 

Veja também:especialEspecial: Os piores acidentes em minas da década

 

Mañalich também disse que os mineiros estão tranquilos e conscientes de que o resgate demorará "um tempo", mas não sabem quanto ele deve durar exatamente. "Ontem, em conversa com o Presidente da República, dissemos a eles que não vão ser resgatados antes das Festas Pátrias e que poderiam estar com suas famílias antes do Natal. Eles aceitaram e estão tranquilos."

 

Segundo o ministro, "ser capaz de manter sãos, bem alimentados, sãos psicologicamente um grupo de 33 trabalhadores que estão enterrados na galeria de uma mina a 700 metros de profundidade é uma missão sem precedentes na história médica".

 

Mañalich ressaltou, no entanto, que o boletim médico de hoje é satisfatório. "Não há pessoas com diarreia e a pessoa que tinha um problema respiratório está bem. Eles estão muito animados".

 

O ministro afirmou que uma avaliação médica de cada um dos mineiros será entregue ainda hoje em uma comunicação direta com vídeo.

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Denúncia

 

As famílias de vários mineiros presos anunciaram nesta quarta a apresentação da primeira denúncia contra os donos da empresa responsável e da estatal Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin).

 

O anúncio foi feito pelo advogado que representa os parentes, Remberto Valdés. Segundo o defensor, os proprietários da mineradora San Esteban, que administra a mina San José, onde os mineiros estão presos, serão acusados por lesões e os funcionários estatais, de prevaricação.

 

De acordo com o advogado, os funcionários do órgão estatal "ditaram, em 2008, uma resolução injusta que significou a reabertura da mina de San José", fechada no ano anterior.

 

Segundo Valdés, o pagamento de suborno para a reabertura da mina sem o local cumprir todos os requisitos de segurança será investigado.

 

O ex-chefe do departamento de propriedade da Mineradora do Sernageomin, Patricio Leiva, aceitou hoje como "uma possibilidade" ter sido usado como "bode expiatório" para assinar o documento que reabriu a mina San José.

 

Em 23 de agosto, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou sanções para "todos os que tenham responsabilidades" no acidente da mina, que ocorreu no início do mês.

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Os 33 mineiros sobreviveram por 19 dias com uma dieta racionada de duas colheres de atum enlatado, um gole de leite e meio biscoito a cada 48 horas.

 

O único canal de comunicação com o exterior tem 15 centímetros de diâmetro. É por lá que as equipes de resgate começaram a enviar soro e rações de proteína e glicose, semelhantes às consumidas por astronautas. Dentro da mina, os mineiros contam com acesso à água e canais de ventilação.

 

O resgate será feito por uma perfuradora que abrirá caminho no solo. Andres Sougarret, chefe da operação, afirmou que o período para abrir um túnel largo o bastante para a passagem segura dos homens pode levar até quatro meses.

 

Com Efe

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