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Ministra se recusa a depor sobre caso ''Clarín''

Nilda Garré não vai à Câmara dos Deputados para explicar a falta de ação do governo no piquete que impediu a circulação do maior jornal argentino

Por Marina Guimarães
Atualização:

CORRESPONDENTE / BUENOS AIRESConvocada para prestar depoimento sobre a falta de medidas para evitar o piquete que impediu a circulação da edição dominical do jornal Clarín, a ministra de Segurança da Argentina, Nilda Garré, não compareceu ontem à Câmara dos Deputados. Antes do horário marcado, ela concedeu entrevista a uma rádio de Buenos Aires e antecipou que não compareceria à audiência. "É um show armado", disse a ministra, que reforçou a estratégia da Casa Rosada de classificar o episódio como uma disputa trabalhista de alguns funcionários de uma das empresas do Grupo Clarín. "É um conflito sindical incrivelmente longo, que está se arrastando há anos, no qual a empresa foi condenada." O Clarín desmentiu a versão. Para Garré, o método da manifestação "pode ser discutido, mas não pode ser transformado em um ataque à liberdade de imprensa". A ministra acusou ainda a Câmara dos Deputados de seguir a estratégia do Grupo Clarín de "se fazer de vítima". Quanto à intimação da Justiça para explicar o não cumprimento da decisão judicial que garantia a circulação do jornal, ela disse que apresentará sua defesa por escrito. Alguns líderes da oposição, como Silvana Giudici, da União Cívica Radical (UCR), Juan Pedro Tunessi (UCR) e Graciela Camaño, do Peronismo Federal, pretendem apresentar um pedido de interpelação da ministra na Justiça. Eles também exigem que o procurador-geral da Argentina, Esteban Righi, se pronuncie sobre o assunto. Os dois pedidos precisam ser aprovados por comissões da Câmara dos Deputados, onde a oposição tem maioria. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) decidiu enviar uma missão à Argentina, em maio, para realizar um levantamento sobre a liberdade de imprensa no país. A SIP pedirá uma audiência com a presidente Cristina Kirchner para discutir o assunto.

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