Ministro admite ação de radicais no Brasil

Etchegoyen reconhece que há brasileiros ligados a jihadistas, mas evita falar em ‘células terroristas’

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O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, reconheceu nesta sexta-feira, em entrevista ao Estado, que “o Brasil já tem envolvimento com radicais islâmicos” e “tem gente que é perigosa” presa e denunciada. Ressalvou, no entanto, que “não dá para falar em célula terrorista, embora haja evidências de que existem pessoas envolvidas com radicais. 

General Sergio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional Foto: Dida Sampaio/ Estadão

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 Matéria publica pelo Estado na quinta-feira mostrou que o Ministério Público Federal denunciou 11 brasileiros pela formação de uma organização criminosa e por promoção do Estado Islâmico no País. Para o MPF, houve tentativa de recrutar jihadistas para se juntar ao grupo terrorista na Síria, discussões sobre atentados no Brasil e planos de formar uma célula nacional do EI.

O ministro disse que “não existe País protegido”, mas afirmou que o Brasil “tem tido muito sucesso nas ações preventivas e o motivo é a integração com todos os órgãos internos e externos que tem responsabilidade com combate ao terror, até mesmo com os países parceiros”. O ministro disse que, por conta dos perigos que existem em qualquer país do mundo, “o alerta tem de ser permanente”. 

O general lembrou que há dois anos a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) detectou um grupo que mantinha contato com integrantes do Estado Islâmico, mas que eles “não tinham dimensões significativas”. Etchegoyen destacou que, por isso, “estamos sempre com atenção total”. 

O ministro fez questão de reiterar que “não podemos mais dizer que esse problema não existe no Brasil”. “Tanto que há pessoas presas. Só que a dimensão é menor do que em outros países, como EUA e França.”

“Até agora, as medidas protocolares têm nos permitido nos anteciparmos. E os órgãos do sistema de inteligência têm conseguido trabalhar de forma integrada para que o Brasil não caia no mesmo erro destes dois casos”, comentou ele, reiterando, no entanto, que “nenhum país do mundo está totalmente protegido”.

Para justificar sua tese, ele lembrou que hoje existem atentados que são realizados com baixíssimos custos, como o que ocorreu dias atrás na França, quando pessoas foram esfaqueadas na rua. “Isso é um complicador.” 

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