Ministro alemão irrita aliados conservadores ao propor feriado muçulmano

‘Introduzir um feriado do Islã na Alemanha: de nenhuma maneira’, disse Alexander Dobrindt, do partido CSU, na coluna do jornal ‘Bild’

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Por Redação
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BERLIM - O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, do grupo da chanceler Angela Merkel, provocou um escândalo entre os conservadores neste sábado, 14, depois de questionar a possibilidade de um feriado muçulmano no país.

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A ideia, proposta pelo ministro há dois dias em um comício, foi fortemente rejeitada pelo partido CSU, aliado dos conservadores da chanceler.

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"Nossa herança não é negociável", disse Alexander Dobrindt, um nome importante do partido, na coluna do jornal Bild. "Introduzir um feriado do Islã na Alemanha: de nenhuma maneira", acrescentou. "Não vejo nenhuma razão convincente" de instituir tal feriado, pois a Alemanha é de tradição judaico-cristã e não muçulmana, declarou na mesma publicação um membro do partido democrata-cristão CDU.

Em alguns lugares do país, "onde vivem muitos muçulmanos, por qual motivo não refletir igualmente sobre um feriado muçulmano", declarou Maizière em um comício na Baixa Saxônia, onde no domingo ocorrerão eleições regionais, que se anunciam muito disputadas entre os conservadores e o partido social-democrata SPD.

O candidato local da CDU revelou imediatamente que não compartilha de nenhuma maneira da opinião do ministro. No entanto, o presidente do SPD, Martin Schulz, reagiu de maneira positiva: "temos de pensar na proposta", declarou.

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Antes das eleições legislativas de 24 de setembro, Maizière defendeu o respeito dos imigrantes a uma "cultura de referência" ("Leitkultur"), termo usado pelos extremistas de direita. / AFP

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