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Ministro da Justiça da Indonésia sai do governo

Por Agencia Estado
Atualização:

Em um sinal de que o governo de Abdurrahman Wahid pode estar se desintegrando devido à pressão gerada por um voto de censura parlamentar, o ministro da Justiça indonésio, Yusril Mahendra, demitiu-se hoje depois de ter sido acusado de deslealdade. Mahendra pediu a saída do presidente. "Wahid disse que eu não sou leal a seu governo", afirmou Mahendra depois de um encontro com o mandatário no palácio presidencial, em Jacarta. Wahid vem ignorando ameaças da legislatura, disposta a processá-lo por dois casos de corrupção. Até agora, ele alegava contar com o apoio de todo seu gabinete e afirmou que ficaria no poder até o fim de seu mandato, em 2004. No entanto, segundo Salim Said, um respeitado comentarista político de Jacarta, "as coisas estão ficando muito sérias para o presidente. A demissão de Mahendra mostra que a base do governo está ficando cada vez menor", afirmou. O voto de censura foi aprovado com base em um relatório parlamentar que liga Wahid a escândalos de corrupção. De acordo com o documento, Wahid teria desviado para uso próprio uma doação de US$ 2 milhões feita pelo sultão de Brunei. No outro escândalo, envolvendo US$ 4 milhões, o presidente, segundo seus acusadores, teriam ajudado um amigo a conseguir um contrato com o governo. O presidente nega as duas acusações. Embora Wahid tenha reiterado seu pedido para que seus seguidores se mantenham calmos, vários protestos explodiram na região leste da província de Java nos últimos cinco dias. Hoje, em Surabaya, a segunda maior cidade da Indonésia, cerca de 50.000 pessoas saíram às ruas para demonstrar seu apoio ao presidente. A tropa de choque da polícia reprimiu o protesto, depois que os manifestantes atacaram e incendiaram a sede do antigo partido governista Gulkar. Os policiais deram tiros de advertência. Não há informações sobre vítimas.

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