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Ministro do Interior de Saddam se entrega

Por Agencia Estado
Atualização:

Mahmud Dhiyalab al-Ahmad, ministro do Interior do deposto presidente iraquiano Saddam Hussein, entregou-se às forças da coalizão que ocupam o Iraque, informou neste sábado o comando central militar americano. Apontado como um dos principais responsáveis pela política de repressão do regime deposto, Al-Ahmad figurava como número 29 da lista dos 55 colaboradores de Saddam mais procurados pelas tropas americanas. "O ex-ministro do Interior iraquiano rendeu-se na sexta-feira" acrescentou um porta-voz do comando, desfazendo uma série de desencontros sobre a detenção de Al-Ahmed. A captura dele havia sido anunciada pelos militares americanos em julho. Constatou-se depois que se tratava de outra pessoa e o ex-ministro chegou a ser incluído numa lista de assessores do regime deposto supostamente mortos. Questionado pelos jornalistas, um porta-voz militar confessou não ter elementos para explicar a confusão. "O ex-ministro está agora sob nossa custódia", garantiu. O porta-voz americano disse ainda que o FBI (polícia federal americana) vai investigar o atentado à bomba de quinta-feira contra o edifício da Embaixada da Jordânia na capital iraquiana, cujo total de mortos elevou-se hoje a 14. "Um dos feridos, em estado grave, não resistiu às cirurgias", ressaltou o porta-voz. No norte do Iraque, região de Kirkuk, uma patrulha americana foi atacada por foguetes. Dois soldados ficaram feridos. Em Bagdá, outros dois soldados ficaram feridos num ataque contra o veículo blindado no qual viajavam, disse o major Todd Mercer, da 82.ª Divisão Aerotransportada. Não há detalhes sobre a atual condição de saúde dos feridos. No sul controlado pelas forças britânicas, centenas de iraquianos participaram, na cidade de Basra, de uma ruidosa manifestação contra o aumento do preço da gasolina e a falta d´água. Segundo testemunhas, os manifestantes incendiaram veículos e lançaram pedras contra soldados britânicos. Pelo menos três ficaram feridos. As tropas tiveram de disparar para o ar, a fim de restabelecer a ordem. Em Dubai, a televisão Al-Arabiya divulgou teipe com mensagem de um grupo desconhecido de iraquianos exortando os islâmicos a realizarem ataques de guerrilha contra as forças de ocupação. Dizendo-se membro das organizações Bandeira Branca, Juventude Muçulmana e Exército de Maomé, os integrantes do grupo advertiram os países ocidentais e árabes para que não mandem tropas para o Iraque, ameaçando com "represálias exemplares". Diante desse quadro, o presidente americano, George W. Bush, lembrou hoje, em seu rotineiro pronunciamento aos sábados pelo rádio, os cem dias da ocupação do Iraque, completados na sexta-feira. "Cem dias não são suficientes para romper com a terrível herança de Saddam", disse ele. "Há um trabalho difícil e perigoso à espera, que exigirá tempo e paciência." Falando de sua fazenda em Crawford (Texas), o presidente americano definiu os primeiros três meses de ocupação como um "período de progressos regulares e de ações decisivas" contra os últimos redutos do antigo regime. "Para o povo iraquiano, foi um período sem precedentes na história do país, uma época de mudanças e de esperanças crescentes depois de décadas de tirania." Bush concluiu, lembrando que os 25 membros do conselho do governo transitório iraquiano reúnem-se regularmente e estabelecem um orçamento para o país.

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