
08 de outubro de 2009 | 15h23
O ministro, sobrinho do ex-presidente François Mitterrand, vai aparecer em rede nacional de televisão hoje à noite em meio a ameaças de ações policiais e pedidos, tanto da esquerda quando da direita, para que renuncie. A situação é complicada para a França e especialmente para o presidente Nicolas Sarkozy. A adesão de não-conservadores como Mitterrand a seu governo tem irritado seu partido, o UMP.
Os críticos de Mitterrand dizem que ele fez relatos de turismo sexual infantil, tema de uma campanha do governo francês. Por outro lado, também envolve a vida sexual de um político, o que para muitos franceses é considerado assunto particular, além do reconhecimento da homossexualidade por uma figura pública. Sarkozy, que nomeou Mitterrand seu ministro da Cultura quatro meses atrás, ainda não falou sobre o livro.
O partido de extrema direita Frente Nacional admitiu que saiu em busca de assuntos que pudessem incriminar Mitterrand após sua defesa de Polanski. "Frederic Mitterrand deve deixar o cargo porque sua presença no governo como representante da França é uma mancha indelével para todo o mundo", disse a vice-presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen.
Os partidos de esquerda também querem a saída do ministro. O socialista Arnaud Montebourg disse hoje que Mitterrand "agiu deliberadamente em violação das leis nacionais e internacionais" e pediu a Sarkozy e ao primeiro-ministro François Fillon que o demitam. "É impossível que um ministro que representa a França encoraje a violação de seus próprios compromissos internacionais para lutar contra o turismo sexual", disse Montebourg em comunicado.
Livro
O livro, "La mauvaise vie" ou "A vida má", é descrito como uma autobiografia e inclui piadas sobre sua própria família e suas viagens. Mitterrand relembra que era ridicularizado na infância por seus colegas e por ter se metido em confusões por causa de sua atração por outros meninos. Pouco depois da publicação do livro, Mitterrand disse à rede televisão France-3 que não era pedófilo e usou o termo "meninos" de forma livre.
Encontrou algum erro? Entre em contato