
26 de setembro de 2010 | 10h00
A poucas horas de serem retomadas as construções de assentamentos israelenses na Cisjordânia - atualmente paradas por conta de uma moratória de dez meses -, líderes israelenses e palestinos indicaram que pode haver uma saída para o impasse envolvendo a construção de mais moradias.
O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, disse à BBC que as chances de palestinos e israelenses chegarem a um acordo nesse tema "são de 50%".
Ele acrescentou que, se um meio-termo for acordado nas negociações atuais, será possível avançar em direção à conclusão de um acordo de paz mais abrangente dentro de um ano.
"Acho que a chance de chegar a um entendimento mútuo sobre a moratória é de 50%", disse Ehud Barak.
"Acho que as chances de chegar a um processo de paz são muito maiores. Espero que (este processo) não seja interrompido por esta questão da moratória e que possamos avançar com toda força em direção a negociações e acordos substanciais."
O ministro israelense falou à BBC em Nova York, onde participou da reunião anual da Assembleia Geral da ONU.
Ele retorna neste domingo a Israel, onde tentará convencer o resto do governo da necessidade de chegar a um acordo com os palestinos.
Futuro incerto
A suspensão de dez meses na construção de novos assentamentos judeus na Cisjordânia termina à meia-noite do horário local.
Na Cisjordânia, colonos e políticos de direita de Israel disseram que retomarão as construções em território palestino assim que o prazo expirar, se não houver acordo para estender a suspensão.
Israel diz que a retomada das construções não compromete o futuro das negociações de paz, mas há dúvidas sobre a disposição dos palestinos de continuar o diálogo se as edificações receberem luz verde.
Em um discurso na sede da ONU, em Nova York, no sábado, o presidente da Autoridade Palestino, Mahmoud Abbas, disse que Israel precisa escolher entre a paz e a construção dos assentamentos.
Entretanto, a repórter de diplomacia da BBC, Bridget Kendall, observou que o representante palestino não chegou a ameaçar se retirar das negociações se Israel continuar com as edificações.
Na quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, disse que a moratória à construção de assentamentos "melhorou o clima das negociações de paz" e pediu a Israel que estenda a suspensão.
Quase meio milhão de judeus vivem em mais de cem assentamentos construídos desde a ocupação da Cisjordânia e do leste de Jerusalém em 1967.
Do ponto de vista internacional as moradias são irregulares, mas Israel questiona essa interpretação da lei.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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