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Ministro israelense deixa cargo por três meses após acusação

Abraham Hirchson é acusado por suposta fraude e malversação de fundos

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Finanças israelense, Abraham Hirchson, decidiu deixar seu cargo por três meses, até o encerramento da investigação aberta contra ele por suposta fraude e malversação de fundos, informou seu advogado, Jacob Weinrot. Hirchson comunicou neste domingo sua decisão ao primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, que terá que buscar um substituto temporário para esta pasta, acrescentou. Depois de ter sido interrogado em quatro ocasiões, os investigadores policiais reiteraram que existem provas suficientes para imputar o ministro de Finanças por fraude e malversação de fundos de organizações não lucrativas antes de chegar a seu atual cargo. Entre os possíveis substitutos temporários de Hirchson à frente da pasta de Finanças está o ex-ministro da Justiça Haim Ramon, que teve de deixar seu cargo após ser declarado culpado de um crime de assédio sexual, segundo a versão digital do jornal israelense "Yedioth Ahronoth". Ramon foi condenado a 120 horas de trabalho público, que atualmente cumpre em uma escola rural, mas o tribunal considerou que ele não incorreu em imoralidade, o que faz com que seja possível o seu retorno à atividade pública. A Polícia deve interrogar Hirchson pela quinta vez nas próximas duas semanas. A principal acusação contra o ministro de Finanças data de 2003, quando o então gerente da Associação Nili, Ovadia Cohen, disse a Hirchson que tinha usado 5,6 milhões de shekels (? 1 milhão) dessa associação não lucrativa para pagar dívidas de jogo de seu irmão. Hirchson demitiu Cohen (atualmente tenente prefeito da localidade de Ramat Gan, próxima a Tel Aviv), mas, segundo o relatório do interventor, não comunicou o ocorrido à Polícia. A Polícia não só não acredita na versão de Hirchson dos fatos, que nega as acusações, como suspeita que ele empregou contas de outras organizações não lucrativas, como a organizadora da "Marcha dos Vivos" ou um fundo de pensões, para financiar sua campanha política. O ministro não conseguiu explicar todas as transações suspeitas para suas contas bancárias, que, além disso, não são a única prova contra ele, segundo fontes policiais. Desde que o escândalo explodiu, Hirchson limita ao mínimo seus comparecimentos públicos.

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