Ministro russo afirma que não há razões para uma nova Guerra Fria

Em conferência no Instituto de Relações Internacionais, Serguei Lavrov disse que atualmente a Rússia e Ocidente não estão separados por diferenças ideológicas; ele também lamentou a 'retórica anti-russa na campanha presidencial nos Estados Unidos'

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MOSCOU - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou nesta quinta-feira, 1º, que não há motivos para uma "segunda edição" da Guerra Fria, pois já não existem as diferenças ideológicas que caracterizaram esse período histórico.

"Não vejo nenhum pré-requisito para que aconteça uma segunda edição da Guerra Fria", disse Lavrov, em uma conferência no Instituto de Relações Internacionais por ocasião da inauguração do ano letivo, citado pelos meios de comunicação locais.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, durante encontro com estudantes do Instituto Russo de Relações Internacionais Foto: EFE/Sergei Chirikov

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O ministro explicou aos estudantes que atualmente a Rússia e Ocidente não estão separados pelas diferenças ideológicas daquela época e compartilham "princípios (...) que supõem o desenvolvimento democrático das sociedades".

"Claro, também nos une a economia de mercado", acrescentou, para em seguida esclarecer que os princípios da economia de mercado, como os princípios democráticos, não podem ser refletidos de maneira uniforme em todos os países.

A uma pergunta de um estudante sobre a retórica anti-russa na campanha presidencial nos Estados Unidos, Lavrov afirmou que slogans exagerados são utilizados para impactar o eleitor. Ele ainda lamentou o tom da campanha nos EUA, onde, segundo suas palavras, "se afirma que um dos candidatos (Donald Trump) é 'espião russo' e, portanto, é preciso votar em sua rival (Hillary Clinton)".

Ao mesmo tempo, lavrov expressou sua confiança em que o "pragmatismo tradicional" da classe política americana será imposta a propaganda. "A Rússia irá trabalhar com o líder dos Estados Unidos que tiver o apoio e a confiança do povo no curso de eleições livres e democráticas", frisou. / EFE

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