19 de julho de 2016 | 11h00
CARACAS - Três antigos ministros do ex-líder venezuelano Hugo Chávez e um general reformado expressaram na segunda-feira apoio ao referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro, como uma forma de evitar uma saída violenta para a crise venezuelana.
O general reformado Cliver Alcalá e os ministros pediram para que o governo não bloqueie a consulta popular impulsionada pela oposição, com a qual, no entanto, insistiram não ter "nada a ver".
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"É urgente, para evitar resultados graves, que o Estado garanta" a realização do referendo, indica um comunicado entregue ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
A carta é assinada pelos ex-ministros Héctor Navarro (Educação), Gustavo Márquez (Comércio) e Ana Elisa Osorio (Meio Ambiente), bem como Alcalá, líderes da esquerda e acadêmicos críticos a Maduro. Ao todo, 12 pessoas compõem a recém-criada plataforma para a Defesa da Constituição.
Alcalá era muito próximo de Chávez, a quem acompanhou em sua fracassada tentativa de golpe de 1992 contra o governo de Carlos Andrés Pérez (1989-1993). "Nós nos auto-qualificamos como defensores da Constituição", disse ele em uma coletiva de imprensa, em que acusou publicamente Maduro de ter abandonado o legado de Chávez (1999-2013).
Por sua vez, Márquez negou que os chavistas que defendem o direito do referendo sejam traidores. "Onde está a traição, do lado de quem defende a Constituição ou de quem quer violá-la?", questionou.
O CNE, acusado pela oposição de trabalhar para o governo, deve anunciar em 26 de julho se a oposição conseguiu validar as 200 mil assinaturas necessárias para ativar a consulta popular. /AFP
Veja abaixo: Oposição venezuelana protesta por revogatório contra Maduro
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