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Ministros de Defesa da Europa são contra a guerra

Por Agencia Estado
Atualização:

Os ministros europeus de Defesa expressaram hoje sua oposição a uma guerra contra o Iraque e conclamaram Washington a focalizar em esforços diplomáticos para neutralizar os perigos que possam representar as armas de destruição em massa do país árabe. "Nosso principal objetivo deve ser, por um lado, permitir que os inspetores entrem no país sem condições e, por outro, evitar a guerra", disse o ministro alemão Peter Struck. "Uma guerra teria graves conseqüências políticas e repercussões econômicas, sem dizer que custaria muitas vidas". Struck falou à imprensa no início de um encontro de dois dias de ministros de Defesa da União Européia, que acontece na ilha grega de Creta. O fato de a Alemanha encabeçar o grupo que se opõe à guerra afetou as relações de Berlim com Washington, que nas últimas semanas atingiram seu nível mais baixo das últimas décadas. Em uma referência aos partidários americanos e europeus da linha bélica contra o Iraque - entre eles Grã-Bretanha e Itália -, Struck disse que "outros (países) já estão dispostos à ação bélica, além de opiniões deste tipo entre os ministros de Defesa aqui reunidos". Struck afirmou também que planeja se encontrar com o secretário de Defesa dos EUA, Donald H. Rumsfeld, para tratar do assunto e manifestou sua esperança de que os EUA adotem uma posição mais conciliadora. Os comentários de Struck sublinharam as divisões entre os 15 membros da União Européia sobre a questão do Iraque. Enquanto Itália e Grã-Bretanha apóiam o apelo do presidente George W. Bush para uma nova resolução das Nações Unidas que inclua uma ameaça de uso de força, Alemanha e França conclamam por cautela e mais diplomacia. A posição de Paris e Berlim conta com o respaldo da maioria dos outros países europeus. "Temos que evitar uma ação militar no Iraque", disse o ministro austríaco de Defesa, Herbert Scheiner. "Tem que haver uma solução política", acrescentou.

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