17 de março de 2011 | 00h00
O governo da França anunciou ontem, em Paris, que os ministros de Economia e Finanças de sete das maiores potências do mundo (G-7) se reunirão na noite de hoje, por videoconferência, para discutir o risco de crise global causado pelo terremoto e pela crise nuclear no Japão.
O objetivo do encontro será debater a possível compra coletiva de títulos da dívida soberana japonesa como forma de garantir a liquidez que o país precisa para enfrentar a tragédia e reequilibrar sua economia o mais rápido possível.
O anúncio foi feito pela ministra da Economia da França, Christine Lagarde, após uma reunião ministerial realizada em Paris. "Nós precisamos estar à disposição de nossos amigos japoneses para a parte monetária", argumentou.
"Eu pedi uma reunião do Grupo dos 7 em nível de ministros de Finanças e bancos centrais para que possamos ver de qual forma subscreveremos suas emissões de obrigações e de que maneira reagiremos no plano financeiro."
Esforço coletivo. De acordo com Christine Lagarde, a situação atual do Japão "é evidentemente preocupante, tanto no plano humano quanto nos aspectos ambiental e econômico". "Nós temos um dever de lucidez, de sangue frio e de solidariedade com o povo japonês", declarou a ministra francesa.
Participarão da reunião de hoje os ministros de Economia dos Estados Unidos, do Japão, da Alemanha, da França, da Grã-Bretanha, da Itália e do Canadá, que formam o G-7. O grupo se reúne desde 1975 e tem como objetivo discutir questões de política global e economia internacional.
Uma segunda reunião sobre o mesmo tema, desta vez realizada pelo G-20, pretende debater a reforma do sistema monetário internacional. O encontro está marcado para o dia 31 na cidade de Nanquim, na China.
Imposto atômico. "Neste momento, é muito cedo para prever o impacto da catástrofe no Japão sobre a economia mundial", afirmou o ministro da Economia da Alemanha, Wolfgang Schäuble. Pressionado pela imprensa alemã, ele afirmou que ainda é "muito cedo" para discutir um imposto sobre energia nuclear no país. / COM REUTERS e FRANCE PRESSE
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.