LIMA - Os ministros do Peru apresentaram nesta segunda-feira, 23, sua renúncia ao presidente do país, Ollanta Humala, cuja popularidade vem caindo em razão dos conflitos sociais que seu governo enfrenta atualmente. Essa é a terceira mudança de gabinete da gestão, que completa um ano no sábado, uma situação inédita no Executivo federal peruano nas últimas décadas.
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Segundo analistas políticos do país, uma das principais mudanças seria do premiê, Oscar Valdés, um militar reformado, que comandou a repressão a protestos no Departamento de Cajamarca. A atuação das forças policiais deixaram cinco manifestantes mortos no início do mês.
Os habitantes da região, onde o governo federal impôs um estado de emergência, têm se manifestado contra um projeto que prevê novas instalações da mineradora Yanacocha - que pertence à empresa americana Newmont - com medo de que fontes de água sejam prejudicadas.
Pelo menos 17 pessoas morreram em manifestações populares durante o governo Humala, que atualmente tem 169 conflitos sociais ativos e outros 68 "latentes", segundo informações da Defensoria Pública peruana.
"Todos os ministros apresentaram suas cartas de renúncia ao presidente", disse o ministro da Saúde demissionário, Alberto Tejada, ao deixar um encontro dos renunciantes.
Humala deverá apresentar o novo gabinete às 18 horas no Peru (20 horas em Brasília). Analistas políticos do país afirmam que dois ministros demissionários estão entre os nomes mais cotados para substituir o premiê: Juan Jiménez, responsável pela pasta da Justiça e conhecido no Peru por defender os direitos humanos; e Manuel Pulgar Vidal, do Meio Ambiente.
O governador do Departamento de Moquegua, Martín Vizcara também seria cogitado pelo presidente para ocupar o cargo de primeiro-ministro.
Uma fonte que não se identificou afirmou que Humala estava reunido com Jiménez nesta tarde.
Popularidade em baixa
Segundo dados de uma pesquisa publicada no domingo pela imprensa peruana, a popularidade do presidente caiu cinco pontos porcentuais entre junho e julho, para 36%. A desaprovação à Gestão de Humala, segundo a sondagem do instituto GfK, aumentou dois pontos, chegando a 55%.
Com AFP e Reuters