Missão fracassada no Iêmen deixa 13 mortos

Uma mulher e uma criança estão entre as vítimas; funcionário americano diz que agentes não sabiam identidade do 2º refém

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Por Redação
Atualização:

SANA - Uma mulher, uma criança e um líder local da Al-Qaeda estão entre as 11 pessoas que morreram juntamente com os dois reféns durante a fracassada missão de resgate dos Estados Unidos no Iêmen, informaram neste domingo, 7, moradores da aldeia de Dafaar, sul do país.

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O repórter fotográfico americano Luke Somers, de 33 anos, e o professor sul-africano Pierre Korkie, de 56 anos, foram abatidos por seus captores durante a operação para libertar os reféns. 

Uma fonte do governo dos EUA informou à rede BBC que as forças especiais enviadas ao Iêmen para o resgate não sabiam a identidade do outro refém que estava com Somers. Um agente humanitário que trabalhava com Korkie disse que a libertação dele havia sido negociada e ele deveria ter sido solto neste domingo por seus sequestradores. 

Perdas. Edifício onde o jornalista americano foi morto na parte antiga da cidade de Sana Foto: AFP

O governo americano disse que ordenou a missão por acreditar que a vida de Somers corria sério perigo. As autoridades sul-africanas disseram que ficaram profundamente tristes com a morte de Korkie, cujo corpo chega nesta segunda à África do Sul.

A Al-Qaeda na Península Arábica, formada em 2006 com a fusão das facções iemenita e saudita da rede, foi considerada durante anos, tem sido considerada pelo governo americano como um dos braços mais perigosos do movimento. Pelo menos um turco e um britânico permanecem reféns do grupo. 

A rede com sede no Iêmen e leal à Al-Qaeda, fundada por Osama bin Laden, denunciou o Estado Islâmico, mas fontes ocidentais e do Golfo Pérsico acreditam que poderia haver conexões entre ambos grupos.

“A Al-Qaeda da Península Islâmica e o Daesh (Estado Islâmico) são essencialmente a mesma organização, mas têm diferentes métodos de execução e táticas”, afirmou um funcionário de alto escalão da inteligência do Iêmen durante uma conferência em Bahrein.

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“Mataram reféns antes, como as forças especiais iemenitas em Abyan em 2011. Há algumas células da Al-Qaeda da Península Islâmica que prometeram lealdade ao Estado Islâmico, mas há uma divisão sobre a legitimidade do Daesh em sua visão, mas não sobre suas táticas”, acrescentou.

Além da mulher e da criança um comandante e dois integrantes do grupo foram mortos durante a operação. O comandante foi identificado como Jamal Mubarak al-Hard al-Daghari al-Awlaki.

Funcionários de alto escalão dos EUA disseram que a incursão foi realizada somente por forças especiais americanas, mas moradores disseram que agentes iemenitas também participaram da operação e entraram em confronto com os sequestradores de Somers e Korkie. “Antes dos disparos, uma luz muito forte transformou a noite em dia e então escutamos fortes explosões”, disse um morador que se identificou apenas como Jamal. “Os soldados chamaram os moradores de uma casa que se renderam e o que falava era claramente um iemenita”, acrescentou. / REUTERS e AP

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