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Míssil atinge bairro residencial de Bagdá

Segundo os americanos, os alvos foram instalações que poderiam servir de abrigo para a Guarda Republicana, a mais bem treinada do país. Conforme testemunhas, os ataques feriram e mataram muitos civis

Por Agencia Estado
Atualização:

Muitos civis morreram e outros ficaram feridos na queda de um míssil Tomahawk num bairro residencial do noroeste de Bagdá na noite de hoje, disseram testemunhas. Nenhuma fonte indicou dados mais precisos sobre as baixas. A explosão, ocorrida por volta das 19 horas (13 horas em Brasília), causou um grande incêndio na região, no bairro de Al-Karada. Foi o ataque mais pesado de hoje contra a capital iraquiana - alvo de outros bombardeios intensos ao longo do dia. Antes, três ondas de ataque foram lançadas contra Bagdá. Durante a madrugada de segunda-feira (noite de hoje em Brasília), um novo bombardeio atingiu o sul e o centro da capital e edifícios estavam em chamas. Segundo oficiais norte-americanos, os alvos foram instalações que poderiam servir de abrigo para soldados da Guarda Republicana, a mais bem armada e treinada unidade militar de Saddam Hussein. Alguns edifícios ficaram em chamas após o impacto de bombas guiadas por satélite e despejadas por aviões B-52 voando a baixa altitude. Quase toda a unidade de elite está concentrada em três cinturões na defesa de Bagdá. A mais externa, conhecida como Divisão Medina, tem sido alvo de constantes ataques por parte da coalizão. Combate nas ruas - A estratégia dos militares iraquianos é atrair as forças da coalizão para o combate rua a rua no centro urbano da capital, onde Saddam Hussein crê poder infligir um grande número de baixas às forças anglo-americanas. Os centros de telecomunicações também foram alvo dos bombardeios de hoje. Muitos dos 5 milhões de habitantes da cidade se refugiaram nos abrigos antiaéreos. As centrais telefônicas de Al-Salehiya e Adhamia amanheceram ontem destruídas pelo impacto de mísseis. Com seus muros externos reduzidos a escombros, a central de Al-Salehiya ficou completamente inutilizada. As explosões lançaram uma chuva de destroços sobre o Centro Saddam Hussein de Cirurgia Cardíaca. Código para imprensa - Os jornalistas não puderam comprovar os efeitos dos bombardeios nesses locais, onde o acesso está proibido. O secretário-geral do Ministério da Informação, Uday al-Tay, anunciou um novo código de conduta para a imprensa, "com o fim de garantir sua segurança", disse. "A partir de agora, os jornalistas não poderão ir à cidade sem a companhia de funcionários reconhecidos pelas autoridades e terão de fazer isso em automóveis cuja placa, marca e motorista deverão ser comunicados anteriormente", determinou. Em nenhum caso, os cerca de 350 correspondentes estrangeiros credenciados estão autorizados a aventurar-se fora da capital iraquiana. Depois que os bombardeios atingiram no sábado o Ministério da Informação, o centro de imprensa oficial foi transferido para o Hotel Palestina. Este e o vizinho Sheraton são os únicos autorizados a hospedar jornalistas. Sirenes - Diferentemente do que ocorrera nas ondas de bombardeio de sábado, a bateria antiaérea iraquiana foi acionada durante os ataques de ontem. As sirenes de alarme também voltaram a funcionar. Representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha advertiram hoje que os bombardeios contra as centrais telefônicas dificultariam ainda mais as tarefas de assistência humanitária não só em Bagdá, mas também nas cidades do centro do Iraque, onde há combates freqüentes. Veja o especial :

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