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MISTÉRIO NO HOSPITAL MILITAR

Em Caracas, um silêncio profundo sobre Chávez

Atualização:

Com exceção de alguns postos de controle policiais nos arredores, quase nada indica a presença do presidente venezuelano, Hugo Chávez, no Hospital Militar Dr. Carlos Arvelo, em Caracas. A circulação na região do hospital é livre até a cancela da guarita principal. Ali, a triagem é mais rigorosa e só passam pacientes, seus parentes e visitantes.

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Na sexta-feira, quando declarações de ministros chavistas indicavam que a saúde do líder bolivariano havia se deteriorado mais, centenas de simpatizantes chavistas se aproximaram do local e lá permaneceram em vigília, acendendo velas e fazendo orações, até o sábado.

No domingo de manhã, eles já não estavam. Em conversa informal, um soldado do corpo de segurança do hospital afirmou ao Estado que os partidários de Chávez voltariam na tarde de ontem.

Sobre Chávez, ninguém se arriscava a dizer nenhuma palavra. À abordagem de repórteres, funcionários do hospital e enfermeiras se desculpavam com um leve sorriso e seguiam seu caminho. Entre a população da capital venezuelana, as dúvidas sobre o que ocorre no interior de um dos principais hospitais públicos de Caracas persistem.

Boatos. Há dúvidas, por exemplo, sobre o andar onde Chávez estaria internado. A informação oficial é a de que ele se encontra no nono andar, mas há relatos variados de interdição do sexto piso. Há dúvidas, até mesmo, sobre se Chávez está realmente no hospital.

Uma semana atrás, o anúncio da volta de Chávez de Cuba foi feita por meio da conta no Twitter #chavezcandanga, do próprio presidente, e confirmada com júbilo por seus ministros e pelo encarregado de tocar o governo do país, o vice-presidente Nicolás Maduro. No entanto, apenas uma enfermeira do centro médico deu declarações públicas de que testemunhou a chegada do presidente, que teria entrado caminhando nas instalações do hospital.

Algumas centenas de metros distantes da guarita principal, funcionários de um pequeno café também não tinham obtido, quase uma semana após o retorno do presidente de Havana, nenhum relato de alguém que tivesse visto Chávez.

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Com a vigência da lei do silêncio e de informações pouco precisas, rumores e especulações prevalecem e segue o mistério envolvendo a saúde de Chávez. / R.L.

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