PUBLICIDADE

Moção de censura contra premier das Ilhas Salomão é adiada

Deputados que votariam a favor da medida teriam sofrido ameaças

Por Agencia Estado
Atualização:

A moção de censura contra o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, que o Parlamento deveria votar nesta sexta-feira, foi adiada devido a supostas ameaças a deputados que votariam a favor da medida. O chefe da oposição, Fred Fono, explicou à imprensa em Honiara que "houve rumores, especulações e intimidações", inclusive de que a violência recomeçaria se a moção fosse aprovada, segundo versão da "Radio NewZealand". Fono disse que o recurso para destituir Sogavare, no cargo desde maio, foi adiado por sete dias. O tema voltará à agenda do Parlamento dia 13 de outubro. O Partido de Crédito Social (Socred), de Sogavare, conta com dois deputados dos 50 do Parlamento. O Partido Nacional tem quatro, e o Partido Democrático das Ilhas Salomão, três. O bloco majoritário é formado pelos independentes, que ocupam 30 cadeiras. As Ilhas Salomão, situadas no Pacífico sul e com uma população de 550 mil habitantes, atravessam uma difícil situação, em conseqüência da rivalidade entre os povos das duas principais ilhas do país: Guadalcanal e Malaita. Dificuldades econômicas levaram muitos "malaitanos" a se mudar para Guadalcanal em busca de trabalho. Eles foram tantos que começaram a incomodar os moradores locais. Cada comunidade criou milícias e a violência levou a um golpe de Estado, em 2000. Em abril, as eleições gerais resultaram em um Parlamento muito fragmentado, que elegeu Snyder Rini como primeiro-ministro. Mas Rini foi acusado de comprar o seu cargo e a rejeição em massa levou a protestos violentos em Honiara. Seis dias depois de assumir o cargo, Rini renunciou. Uma semana mais tarde foi eleito Sogavare. O atual chefe de governo tem divergências com a Austrália, país que ajudou com tropas a restabelecer a ordem no país.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.