Moderado, Kasich ganha força e tenta evitar vitória de Trump

Governador de Ohio aparece nas pesquisas como republicano com melhores números contra Hillary

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WASHINGTON - Fortalecido pela sua primeira vitória nas primárias republicanas, em seu berço político, o governador de Ohio, John Kasich, disse ontem que é o único pré-candidato de seu partido capaz de derrotar o Partido Democrata nas eleições gerais em novembro. Apesar disso, analistas acreditam que, com a desistência do senador da Flórida Marco Rubio, o magnata Donald Trump tem agora o caminho mais fácil para se tornar o candidato do partido. 

“Nem Cruz nem Trump podem vencer a eleição em novembro”, disse Kasich ao programa Today, da rede de TV ABC. “Eles não podem vir a Ohio com as ideias que têm e ganhar. E se você não ganha em Ohio, não pode ser presidente.”

NA DISPUTA: Governador do Estado de Ohio, é um político conservador na área fiscal e moderado em termos políticos, à frente de um Estado crucial na mecânica das primárias americanas. Tem grande experiência em Segurança Nacional por seus anos no Congresso. Foto: Alex Wong/Getty Images/AFP

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O governador referiu-se ao status de Estado-chave de Ohio - crucial para a eleição geral. Em virtude do caráter indireto da eleição americana, geralmente quem conquista o Estado, que oscila entre democratas e republicanos e tem muitos eleitores independentes, chega à Casa Branca. Além disso, historicamente nenhum candidato republicano foi eleito presidente sem vencer em Ohio nas eleições gerais.   Kasich consegui manter a campanha com a vitória no Estado que governa e uma vantagem de 11 pontos sobre Trump. Conhecido pelas posições moderadas no Partido Republicano, Kasich diz que pode conquistar o voto dos independentes na eleição geral. Pesquisas de opinião indicam que, ao contrário de Trump e Cruz, que seriam facilmente derrotados por Hillary, o governador empataria com a ex-secretária de Estado na preferência popular. 

“Derrotei Trump por 11 pontos”, disse. “É surpreendente, não? Ele viveu em Ohio, veio aqui, falou mal de mim e perdeu.”

Favoritismo. Com as vitórias na Flórida, Missouri, Carolina do Norte e Illinois, além da desistência de Rubio, o caminho de Trump para a nomeação ficou mais favorável, apesar da resistência da cúpula republicana a sua nomeação. Um cálculo feito pelo jornal New York Times, com base na média de votos que o magnata e seus rivais vêm tendo, indica que o pré-candidato obterá a nomeação após as primárias da Califórnia, em maio. Apesar da vitória de ontem em Ohio, Kasich está bastante atrás no número de delegados. Cruz é o segundo, mas não conseguiu nenhuma vitória na terça-feira. Segundo pesquisas de opinião, no entanto, ele deve receber a maior parte do eleitorado de Rubio, agora que o senador desistiu. 

Ameaças. Em meio ao lobby do establishment republicano contra sua candidatura e o fortalecimento de Kasich, Trump alertou ontem para o risco de tumultos caso os republicanos vetem sua indicação presidencial após uma sequência de vitórias nas primárias partidárias. 

Em entrevista ontem à CNN, Trump disse que, se obtiver um número grande de delegados e ainda assim lhe negarem a indicação, haveria o risco de confusão. “Não acho que se possa dizer que não vamos obtê-la automaticamente. Acho que teríamos tumultos. Estou representando muitos, muitos milhões de pessoas”, disse o magnata. 

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Especula-se que, caso Trump não alcance a maioria de delegados, o partido tentaria impedir sua nomeação. Para isso, a cúpula republicana apresentaria um novo nome na convenção em Cleveland para que seus correligionários escolham formalmente seu candidato. / NYT, REUTERS e REUTERS

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