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Mogadíscio passa pela pior crise em anos, diz Cruz Vermelha

Nas últimas 24 horas, mais de 220 pessoas morreram, a maioria de civis; um helicóptero etíope e um hospital foram alvos de ataques nesta sexta

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha anunciou nesta sexta-feira, 30, que a população de Mogadíscio, na Somália, passa por seu pior conflito em mais de 15 anos. A entidade internacional de apoio humanitário se refere às mais de 220 pessoas mortas nas últimas 24 horas, aos ataques de insurgentes que derrubaram um helicóptero do Exército etíope e ao hospital atingido por morteiros nesta sexta. A maioria dos mortos parece ser civil, segundo notaram diversas fontes e moradores da cidade. Forças policiais do governo provisório da Somália, em parceria com o Exército da Etiópia, atiraram morteiros em vários pontos da cidade. Eles utilizaram helicópteros e tanques para bombardear supostas posições rebeldes. Muitos moradores das regiões atacadas fugiram. Testemunhas disseram ter visto rebeldes islâmicos arrastando o cadáver de um soldado pelas ruas. A operação faz parte de uma ofensiva de três dias para conter a violência e restaurar a ordem na capital antes da retirada dos soldados etíopes do país. A Somália afundou no caos a partir de 1991, quando senhores da guerra derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre e depois voltaram-se uns contra os outros. Desde então, o país encontra-se sem um governo central. No ano passado, rebeldes islâmicos tornaram-se a primeira força a consolidar domínio sobre Mogadiscio em 15 anos. Em dezembro de 2006, soldados somalis apoiados por tropas etíopes assumiram precariamente o controle da cidade. Desde então, choques entre rebeldes e forças da Somália e da Etiópia ocorrem quase diariamente em Mogadiscio.

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