Monica Lewinsky abandona entrevista em noticiário de Israel após pergunta sobre Clinton

Segundo ativista, assunto abordado por entrevistadora estava fora dos termos combinados para a conversa; ela defendeu que mulheres não podem deixar 'que os outros controlem suas narrativas'

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Atualização:
Monica Lewinsky durante o Festival de Cannes em 2015, na França. Foto: AP Photo/Lionel Cironneau

JERUSALÉM - Monica Lewinsky deixou uma entrevista em Jerusalém após a pergunta de uma apresentadora sobre o ex-presidente americano Bill Clinton, argumentando que a questão estava "fora dos limites" combinados. A ex-estagiária da Casa Branca, agora ativista contra o assédio sexual, tuitou nesta terça-feira, 4, que houve parâmetros acordados sobre os temas da conversa, televisionada na noite da segunda-feira 3.

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Mais cedo no mesmo dia, Monica havia ministrado uma palestra sobre os perigos da internet em relação ao assédio.

Na declaração pelo Twitter, ela chamou a primeira pergunta da apresentadora Yonit Levi sobre sua relação com Clinton de "flagrante descumprimento" do acordo. Yonit é a principal apresentadora do noticiário vespertino mais visto do país e perguntou a Monica se ela continuava esperando um pedido de desculpas do ex-presidente pelas consequências do escândalo de 20 anos atrás.

Monica respondeu apenas "Me desculpe, não vou poder fazer isso", deixou o microfone e saiu do estúdio. A apresentadora seguiu Monica, enquanto alguns dos espectadores presentes na gravação aplaudiam, confusos. Após o desentendimento, Yonit seguiu adiante com o programa, entrevistando o legislador de oposição Yair Lapid, possível candidato ao cargo de primeiro-ministro israelense, atualmente ocupado por Binyamin Netanyahu.

"Já fui de tudo, mas substituto de Monica Lewinsky é a primeira vez. Não há nenhuma maneira pela qual eu possa ser suficientemente interessante pelos próximos minutos, por mais que eu faça o meu melhor", brincou o político.

Em uma publicação no Twitter várias horas depois da entrevista interrompida, Monica disse que foi enganada. "Na verdade, a pergunta exata que a entrevistadora me fez ela já tinha feito quando nos encontramos na véspera. Eu a disse que estava fora dos limites", afirmou. "Eu saí porque é mais importante do que nunca que as mulheres se defendam por si mesmas e não deixem que os outros controlem sua narrativa. À audiência: sinto muito que a conversa tenha terminado desta forma", acrescentou.

O veículo de comunicação para o qual Yonit trabalha, a Companhia de Notícias de Israel, disse que fez todo o possível para cumprir os acordos firmados com Monica. "A pergunta feita foi legítima, digna e respeitosa e não se desviou dos pedidos da sra. Lewinsky", apontou o porta-voz do canal, Alon Shani. "Agradecemos a sra. Lewisky por seu discurso fascinante na conferência e sua sensibilidade e desejamos a ela tudo de bom", acrescentou. / AP

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