Montesinos gastou milhões para ter proteção na Venezuela

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-assessor de inteligência do Peru Vladimiro Montesinos pagou quase US$ 700.000 mensais por sua proteção, alojamento e alimentação durante sua passagem pela Venezuela, publicou nesta quarta-feira a imprensa local. Durante os seis meses em que passou no país, teria pagado um total de US$ 4,2 milhões. O jornal El Nacional garante que Montesinos revelou nos interrogatórios na sede da Divisão de Inteligência Militar venezuelana (DIM), em Caracas, antes de ser deportado ao Peru, dados sobre seu refúgio na Venezuela. Aparentemente, ele revelou os nomes de dois funcionários dos Serviços de Inteligência e Prevenção (DISIP), assim como da Polícia Técnica Judicial (PTJ), encarregados da coordenação de tudo o que estivesse relacionado com sua presença no país. Também vazou a informação de que em nenhum momento o ex-assessor de segurança peruano negou a seus captores sua verdadeira identidade e sempre andou sem documentos, motivo pelo qual deveriam confirmar seus dados principalmente com suas impressões digitais. Do passaporte venezuelano que havia obtido na Costa Rica e que o identificava como Manuel Antonio Rodríguez, havia apenas uma fotocópia, informou o diário. Ele também teria confessado que entrou na Venezuela em dezembro último a bordo de um avião particular pelo aeroporto internacional de Maiquetía, próximo de Caracas, onde não deixou pistas sobre sua entrada no país. Os interrogadores teriam percebido que Montesinos queria ficar na Venezuela na qualidade de asilado político e não se mostrava favorável a seu regresso ao Peru, onde poderá ser condenado à prisão perpétua. De acordo com o jornal, a operação de captura foi iniciada após um telefonema de um informante, um ex-policial que inicialmente não recebeu muito crédito devido a seus insistentes alertas sobre a presença de Montesinos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.