Moradores denunciam massacre em rios da Nigéria

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Soldados em lanchas enfrentaram militantes étnicos nos rios do delta rico em petróleo da Nigéria. Militantes e moradores das proximidades dizem que dezenas de combatentes e civis foram mortos. Um porta-voz da Marinha nega as baixas. Oficiais nigerianos geralmente fazem pouco alarde da violência étnica ou religiosa, para não estimular retaliações. Em duas ocasiões, em 1999 e 2001, as autoridades negaram massacres de centenas de civis até que a pressão dos relatos das testemunhas se tornou intolerável. Nesta sexta-feira, moradores de Port Harcourt, maior cidade do Delta do Rio Níger, região petrolífera, informaram ter ouvido tiros antes do amanhecer. O suposto local do combate fica a quilômetros da cidade. Centenas de soldados e policiais vêm sendo enviados para as vilas de Ogbakiri, Buguma e Tombia, desde a semana passada, aparentemente para pôr fim a meses de embates entre duas facções étnicas rivais. O líder comunitário de Oduoha, Lloyd Eyime, disse que ao amanhecer viu soldados em lanchas montadas com armas de fogo, abrindo fogo contra a vila. ?Eles queimaram casas e atiraram nas pessoas, jovens e velhos?, disse. Moradores fugiram para os pântanos e mangues, afirma Eyime, acrescentando que, ao voltar à vila, encontrou cerca de 30 corpos. Uma alta autoridade da Marinha em Port Harcourt negou as mortes. A maioria dos moradores das vilas fugiram durante os combates que ocorreram antes da chegada dos soldados, disse. ?Eles ouviram que estávamos chegando e fugiram. Não houve matança. Tudo está calmo?, disse, pedindo que seu nome não fosse revelado. ?Os militares tiveram de entrar por causa da escalada da violência entre os cultistas?, disse um porta-voz do governo, Emma Okah. As facções tribais do sudeste da Nigéria costumam ser chamadas de ?cultos?.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.