Morales anuncia expulsão dos corruptos de seu partido

Para presidente, deputados e constituintes socialistas que participaram da irregularidade ´devem renunciar a sua imunidade e se submeter à Justiça´

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, se declarou na quarta-feira, 14, decepcionado com os casos de corrupção denunciados no seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), e anunciou que expulsará os culpados de atos imorais, se forem comprovados. Em entrevista coletiva no Palácio do governo de La Paz, o presidente boliviano disse que vai afastar alguns legisladores por tráfico de influência, denunciado há várias semanas por um jornal. A decisão é conseqüência da revelação da existência de "recomendações", emitidas por dirigentes sindicais e políticos aliados do governo socialista, para empregar pessoas. O grave do caso é que as "recomendações" tiveram um preço de US$ 300 a US$ 1.000, denunciado por pessoas que pagaram e não obtiveram o cargo que pediram. Morales sentenciou que os "dirigentes do MAS que tenham cobrado por cargos devem ser expulsos imediatamente e processados para serem julgados e presos". "Não haverá perdão" para os culpados, garantiu. "Eu lamento muito. Eu e alguns companheiros nos esforçamos para dignificar o movimento sindical. Eu venho da lutas sindicais, das classes oprimidas. Para mim é uma grande decepção", admitiu. Ele acrescentou que os senadores, deputados e constituintes socialistas que participaram da irregularidade "devem renunciar a sua imunidade, sem perder seu mandato, e se submeter à Justiça". Morales lembrou que "gente de fora do MAS se aproveitou das recomendações", e também terá que responder à Justiça. A cúpula do partido resolveu proibir o mecanismo utilizado pelos militantes socialistas para postular um cargo público. Outra medida tomada foi o recadastramento dos militantes em todo o país "para fazer uma profunda limpeza" e evitar a corrupção.

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