Morales cancela reajuste no preço dos combustíveis

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Por AE
Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, cancelou abruptamente ontem um decreto que elevava os preços dos combustíveis no país, reagindo a protestos generalizados. A alta dos preços, anunciada no domingo, provocou uma onda de manifestações de rua, muitas delas oriundas de grupos partidários importantes do líder de esquerda que assumiu o cargo há cinco anos como primeiro presidente indígena da Bolívia.Os manifestantes prometeram realizar mais protestos após o feriado do ano-novo. Funcionários do setor de mineração, um dos mais importantes do país, prometeram se juntar às manifestações.Em mensagem televisiva de cerca de 90 minutos, o presidente disse que ouviu os sindicatos e grupos sociais e decidiu "obedecer o que o povo disse e cancelar o decreto que elevou os preços da gasolina e tudo o que se seguiu após essa medida". "Não há justificativa para elevar os preços do transporte ou dos alimentos agora. Nós também não queremos estimular a especulação."O governo anunciou um aumento de 73% do preço da gasolina, para 0,92 peso boliviano o litro (US$ 3,48 o galão). O preço do diesel foi elevado para 0,97 peso boliviano o litro (US$ 3,67 o galão). Os preços de outros combustíveis dobraram.Os preços dos combustíveis estão congelados há seis anos e o vice-presidente, Álvaro Garcia, disse que o Estado está pagando US$ 380 milhões por ano para subsidiar as importações de gasolina, que estavam sendo contrabandeadas em grande parte para países vizinhos com preços mais elevados.O repentino aumento provocou greves de motoristas de ônibus e táxis, que dificultaram o trânsito em muitas cidades, enquanto os protestos de rua tornaram-se violentos. Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas.O governo de Morales tentou primeiro atenuar o golpe do aumento ao anunciar um aumento de 20% do salário dos trabalhadores públicos e uma ajuda para os agricultores de arroz, milho e trigo. As informações são da Associated Press.

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