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Morales defende saída legal para crise em Cochabamba

Em entrevista coletiva durante a Cúpula do Mercosul, Morales reiterou sua decisão de enviar ao Congresso uma lei para revogar o mandato de autoridades eletivas

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente boliviano, Evo Morales, defendeu na sexta-feira uma solução democrática e dentro da legalidade para a crise política na região de Cochabamba, embora tenha manifestado apoio aos camponeses que exigem a saída do governador do Departamento (Estado). Em entrevista coletiva durante a Cúpula do Mercosul, Morales reiterou sua decisão de enviar ao Congresso uma lei para revogar o mandato de autoridades eletivas, o que poderia levar à deposição dos governadores adversários do governo nacional. "Se legal e soberanamente foram postas autoridades, que o povo também soberana e democraticamente possa tirá-las por meio de um referendo revogatório, não somente o governador, mas também pode ser para prefeito", disse Morales no Rio. Morales decidiu apresentar o projeto para evitar que os problemas de Cochabamba derivem em uma crise maior de governabilidade, pois manifestantes contrários ao governador Manfred Reyes Villa decidiram formar um "governo revolucionário" no Departamento, no centro do país. Os protestos começaram devido ao apoio de Reyes Villa a uma consulta sobre a autonomia da região, algo a que os "evistas" se opõem. Os manifestantes ocupam a cidade de Cochabamba, a capital regional, e os confrontos com os seguidores do governador já fizeram dois mortos. Cochabamba - localizada a 400 km ao leste de La Paz - já havia rechaçado no ano passado, em um referendo, a possibilidade de exigir uma maior independência ao governo central. Morales defendeu a legitimidade do movimento popular contra Reyes Villa, um ex-militar de direita. "É a unidade da pátria que luta contra a corrupção", afirmou. Seis dos nove governadores bolivianos são da oposição e, junto com organizações sociais de Santa Cruz, formam a principal frente contra as reformas "anti-neoliberais" de Morales, que em seu primeiro ano de governo nacionalizou os recursos energéticos e lançou uma reforma agrária.

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