QUITO - O presidente do Equador Lenín Moreno denunciou 'prejuízos econômicos biilionários' em cinco obras impulsionadas na gestão de seu antecessor, Rafael Correa (2007-2017), após auditorias da ONU apontar irregularidades no setor petroleiro do país.
"As conclusões são tão vergonhosas e escandalosas que decidi apresentar denúncia com todos os relatórios para que os crimes possam ser devidamente investigados", disse.
Segundo Moreno, as cinco obras auditadas custaram US$ 4,9 bilhões 'quando deveriam ter custado apenas metade ou menos'. O presidente citou o caso da Refinaria Estatal de Esmeraldas, onde as obras de reabilitação foram 'contratadas a dedo' ao preço de US$ 2,230 bilhões contra o orçamento inicial de US$ 754 milhões.
Também consta nos relatórios, diz Moreno, a alta de 23% no orçamento das primeiras obras de construção de uma planta petroquímica, as quais foram destinadas US$ 1,5 bilhões. O projeto foi paralisado por um conflito com a petrolífera estatal venezuelana PDVSA.
O Moreno afirmou ter apresentado mais de 500 denúncias de corrupção perante a Procuradoria-Geral do Peru contra o governo de Correa. Atualmente residindo na Bélgica, o ex-presidente é alvo de uma ordem de prisão e de um mandado de comparecimento à Justiça. Uma comissão civil estima que a corrupção na década do governo Correa chega a US$ 24 bilhões.
"A Procuradoria indica que existem 317 ex-funcionários [do governo de Correa] com indícios de responsabilidade penal", afirmou Moreno. A auditoria da ONU foi conduzida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com empresas espanholas, americanas e britânicas contratadas pelo governo peruano via licitação. //AFP