
19 de julho de 2012 | 12h03
Uma figura sombria e urbana, Suleiman, que tinha 76 anos, servia de intermediário para Mubarak com Israel e os Estados Unidos. Como um dos conselheiros de maior confiança do líder autocrático, ele levou para o túmulo alguns dos segredos mais bem guardados do governo derrubado.
"Ele estava bem. Foi de repente, enquanto ele estava fazendo exames médicos em Cleveland", disse o assessor, Hussein Kamal, à Reuters, sem contar o que causou a morte. Os preparativos estavam em andamento para trazer seu corpo de volta para casa para o enterro, informou Kamal.
Suleiman entrou nos holofotes brevemente no ano passado quando foi nomeado vice do presidente Mubarak para tentar acabar com o levante da Primavera Árabe contra seu governo de três décadas.
A aposta falhou quando os egípcios que se concentraram nas ruas para exigir que Mubarak renunciasse rejeitaram as concessões políticas que Suleiman ofereceu para apaziguá-los.
Muitos manifestantes indignaram-se quando Suleiman sugeriu que eles ainda não estavam prontos para a democracia. Dias depois, Mubarak caiu.
Ele voltou para a esfera pública em abril, alarmando os revolucionários, em sua maioria jovens, que lideraram a revolta em janeiro 2011, ao se candidatar à Presidência.
Ele prometeu restaurar a segurança e acabar com a turbulência política provocada pela derrubada de Mubarak e foi influenciado pelas políticas anti-islâmicas de seu ex-chefe.
Ele foi desclassificado quando não conseguiu conquistar o apoio necessário. A eleição foi vencida por Mohamed Mursi, o candidato da Irmandade Muçulmana.
Suleiman deixou o país após sua candidatura fracassada, viajando para Abu Dhabi com parentes, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.
(Reportagem de Tamim Elyan e Dina Zayed; reportagem adicional de Marwa Awad e Shaimaa Fayed)
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