Morre ex-presidente sul-coreano Kim Dae-jung, Nobel da Paz de 2000

Governo de Kim foi marcado por política de aproximação com a Coreia do Norte.

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Por BBC Brasil
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O ex-presidente da Coreia do Sul Kim Dae-jung, de 83 anos, prêmio Nobel da Paz de 2000, morreu nesta terça-feira em consequencia de complicações de uma pneumonia, segundo fontes médicas sul-coreanas. Kim passou grande parte de sua vida trabalhando por uma reunificação de seu país com a Coreia do Norte. Ele recebeu o prêmio Nobel da Paz de 2000 por sua política de aproximação com o regime norte-coreano durante sua Presidência. Sua política levou a uma distensão das relações entre as duas Coreias, com o estabelecimento de acordos comerciais e a permissão para o reencontro de famílias separadas entre o sul e o norte. O ponto alto dessa política foi a cúpula entre Kim Dae-jung e o líder norte-coreano, Kim Jong-il, em Pyongyang, capital da Coreia do Norte, em 2000. 'Radical perigoso' Kim foi declarado morto por volta das 13h40 (1h40 de Brasília), segundo anunciou um porta-voz do hospital em Seul onde ele estava internado. "Seu coração começou a falhar à 1h35 e parou minutos depois, apesar de nossos esforços para reanimá-lo", disse o porta-voz. Durante o período de ditadura militar na Coreia do Sul, entre os anos 1960 e os anos 1980, Kim Dae-jung foi classificado como um "radical perigoso". Ele sobreviveu a várias tentativas de assassinato, foi condenado à morte e torturado na prisão. Ele foi exilado duas vezes e colocado sob prisão domiciliar várias vezes. Kim fez história ao ser eleito presidente em dezembro de 1997 após quatro candidaturas, na primeira transição pacífica de poder para um partido de oposição desde a fundação do país, em 1948. Ele governou o país até 2003. Sequestro Em 2007, a agência de espionagem da Coreia do Sul, o Serviço Nacional de Inteligência, admitiu ter sequestrado Kim Dae-jung em 1973 com o apoio tácito do então presidente Park Chung-hee. Os documentos da época indicam que o sequestro foi inicialmente planejado como uma tentativa de assassinato. Em uma entrevista em 2006, Kim Dae-jung disse não se arrepender de nada sobre a natureza turbulenta de sua carreira. "Eu passei por muitas experiências difíceis em minha vida, mas nunca me afastei dos meus princípios e nunca abri mão da Justiça, mesmo sob riscos para a minha vida", disse. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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