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Morre médico pioneiro em transplantes de coração

Por Agencia Estado
Atualização:

Morreu neste domingo o cirurgião Dr. Christiaan Barnard, o primeiro médico a realizar um transplante de coração no mundo. Ele faleceu em um resort na costa sudoeste do Chipre, onde costumava passar suas férias. Aos 78 anos, Barnard teve um colapso ao sentar-se à beira da piscina do hotel, segundo informou um assistente da gerência do estabelecimento. Um médico da região ainda tentou reanimar, sem sucesso, Barnard por meio de respiração boca-a-boca, segundo a fonte, que preferiu não se indentificar. A morte de Barnard foi logo confirmada na sua chegada ao hospital de Paphos, afirmou o ministro da Saúde, Frixos Savvides. Segundo ele, a autópsia a ser feita nesta segunda-feira vai confirmar se a causa da morte foi ataque cardíaco. Christiaan Barnard realizou com sucesso o primeiro transplante de coração no mundo no hospital Groote Schuur, na Cidade do Cabo, em dezembro de 1967. O paciente, o dentista Louis Washkansky, de 53 anos, viveu ainda mais 18 dias antes de sucumbir à rejeição do novo órgão. A operação transformou o dr. Barnard em celebridade internacional, tendo este recebido vários prêmios. Mesmo após a morte de Washkansky, Barnard e sua equipe mantiveram seus inovadores procedimentos cirúrgicos. Seu segundo paciente transplantado, Philip Blaiberg, conseguiu sobreviver por mais 18 meses após a intervenção, período em que o número de pacientes cresceu. Hoje, 90% dos pacientes sobrevivem aos transplantes de coração, com 85% de possibilidade de viver por mais um ano e de 70% a 75% de viver por mais cinco anos. O paciente de Barnard que mais sobreviveu a um transplante de coracão, Dirk van Zyl, viveu com o novo órgão por mais 23 anos após a cirurgia antes de falecer em 1996, de complicações decorrentes de diabetes. Barnard se aposentou em 1987. Previu que algum dia corações humanos artificiais seriam implantados nos pacientes, por meio dos avanços da engenharia, que já eram capazes de produzir a pele humana.

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