24 de abril de 2010 | 16h10
A saúde de Schäefer se agravou nas últimas horas e seu falecimento ocorreu às 7 horas deste sábado no horário local (8 horas em Brasília), conforme informou a Gendarmaria (Serviço de Prisões).
Em conjunto com um grupo de colonos alemães, Schäefer fundou, em 1961, a Colônia Dignidade na região de Maule, no sul do Chile. A proposta era ser uma sociedade benfeitora que teria o intuito de trabalhar com crianças desprotegidas. Mas após a revelação de crimes cometidos no local, ele fugiu do país. Seu paradeiro ficou desconhecido entre 1997 e começo de 2005, quando foi preso pela polícia argentina e expulso para o Chile, onde foi condenado por diversos delitos contra menores no enclave.
O líder do enclave alemão foi condenado a sete anos de prisão por homicídio qualificado; a três anos por infração à lei de controle de armas; a três anos e um dia por tortura e a 20 anos por abusos sexuais contra menores que viviam na Colônia.
Presos políticos
A Colônia também esteve vinculada à ditadura do falecido general Augusto Pinochet (1973-1990) e a Comissão de Verdade chilena, que funcionou durante o período de retorno à democracia, concluiu que as instalações dos colonos serviram como local de reclusão de presos políticos.
"A Comissão também identificou que outras fontes, incluindo no exterior, chegaram a uma conclusão idêntica de que a Colônia Dignidade foi utilizada como centro de detenção de presos políticos", detalhou o presidente da comissão, o jurista Raúl Rettig, em seu relatório de 1991.
Após ser condenado, Schäefer foi preso em uma penitenciária de segurança máxima, mas suas condições precárias de saúde motivaram sua transferência para o hospital penitenciário, onde faleceu.
Após a saída de Schäefer, a Colônia Dignidade passou a se chamar Villa Baviera, cujos habitantes receberam apoio do governo e tratamento psicológico. Vários colonos voltaram para a Alemanha.
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