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Morre patriarca ortodoxo russo

Aleksi II restituiu a fé na Rússia após o fim do comunismo

Por Clifford J. Levy
Atualização:

O patriarca da Igreja Ortodoxa russa, Aleksi II - um dos responsáveis pelo movimento de retomada da fé religiosa depois da queda da União Soviética - morreu ontem, aos 79 anos, em Moscou. A Igreja não divulgou a causa de sua morte, mas se sabe que ele sofria havia anos de problemas cardíacos. Nomeado patriarca em 1990, pouco antes da queda do comunismo, Aleksi II enfrentou a repressão brutal de um regime oficialmente ateu. Durante o governo de Josef Stalin, muitos sacerdotes foram mortos ou enviados a campos de trabalhos forçados, e catedrais foram destruídas. Aleksi II aprofundou de maneira significativa o papel da Igreja no cotidiano da Rússia. Durante os governo dos presidentes Boris Yeltsin e Vladimir Putin, o patriarca foi responsável por erguer e restaurar catedrais e introduzir a educação religiosa ortodoxa nas escolas públicas, tornando-se uma voz destacada nos debates sobre moralidade. Apesar de o número de freqüentadores nas igrejas ter permanecido baixo, os russos cada vez mais se identificam como fiéis da Igreja Ortodoxa russa, entre eles o próprio primeiro-ministro Vladimir Putin. As relações entre o patriarca Aleksi II e o Vaticano foram tensas. Ele não permitiu que o papa João Paulo II visitasse a Rússia. No ano passado, depois de Putin ter escolhido Dmitri Medvedev como seu sucessor na presidência, Aleksi II abençoou a decisão pela televisão.

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