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Morre Paul del Río, lendário guerrilheiro que sequestrou jogador de futebol Di Stéfano

Segundo defensor público venezuelano, ele morreu no domingo no quartel San Carlos, onde estão os restos mortais do presidente Hugo Chávez e onde ele vivia

Atualização:

CARACAS - O pintor e ex-guerrilheiro venezuelano de origem cubano-espanhola Paul del Río, conhecido como Máximo Canales quando participou do sequestro do jogador de futebol argentino Alfredo Di Stéfano, morreu em Caracas aos 72 anos, informou nesta segunda-feira, 6, a Defensoria Pública do país. 

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"Morreu tragicamente uma lenda da insurgência venezuelana dos épicos (anos) 60, o amigo e artista Máximo Canales", escreveu o defensor público Tarek Williams Saab, em sua conta no Twitter. 

Saab não deu detalhes, mas acrescentou que Del Río morreu no domingo "de forma dramática" no quartel San Carlos, lugar onde estão os restos mortais do presidente venezuelano Hugo Chávez (1999-2013) e onde ele vivia. 

Na juventude, Del Río entrou para o Movimento de Esquerda Revolucionária e para as Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), quando adotou o apelido de Máximo Canales. Del Río e seu grupo de insurgentes sequestraram por 70 horas o jogador de futebol argentino Di Stéfano, na época, uma estrela do Real Madrid que estava na Venezuela para participar da Pequena Copa do Mundo de Clubes. 

Del Río erapintor e escultor e filho dos espanhóis Jesús del Río e Dora Canales. Ele nasceu em Havana, Cuba, em 1943, cidade onde seus pais se refugiaram durante a Guerra Civil espanhola. Alguns anos depois, a família se estabeleceu na Venezuela. 

O sequestro de Di Stéfano, que morreu em Madri no dia 7 de julho, foi um protesto contra o governo do social-democrata Rómulo Betancourt (1959-1964), que enfrentou e venceu várias conspirações e golpes de Estado de grupos radicais de esquerda. 

O governo de Betancourt representou o início do bipartidarismo na Venezuela, etapa que culminou com a chegada ao poder, em 1999, de Chávez, que morreu em 2013 edeixou como sucessor o presidente Nicolás Maduro. /AFP 

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