Morrem na Caxemira 3 manifestantes contrários à Índia

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Por AE-AP
Atualização:

Três pessoas que foram feridas em recentes protestos contra o governo indiano na Caxemira morreram hoje, antes da visita de uma delegação de parlamentares de Nova Délhi que buscará maneiras para tentar acabar com meses de uma sangrenta rebelião civil no norte da Índia. A Caxemira é o único Estado da Índia onde a maioria da população é muçulmana, enquanto a maioria do país é de religião hindu. Os habitantes locais querem a independência ou que a Caxemira seja integrada ao vizinho Paquistão.Milhares de soldados e paramilitares indianos patrulharam hoje as ruas desertas de Srinagar e de outras cidades, fazendo cumprir um toque de recolher pelo sétimo dia. Os três homens feridos, atingidos por tropas indianas nos tumultos de rua da semana passada, morreram em hospitais de Srinagar, a capital do Estado, disse um policial sob condição de anonimato. Desde junho, pelo menos 105 pessoas foram mortas em choques com as forças de segurança da Índia na região.Com os protestos sofrendo uma escalada na semana passada, o governo indiano enviou o Exército para conter os tumultos na sexta-feira. O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, com sede em Londres, pediu ao governo que investigue as mortes de civis. A entidade também pediu que as tropas indianas parem de usar a "força letal" contra os manifestantes. "A Anistia Internacional pede às autoridades indianas que tomem passos urgentes para garantir o respeito ao direito à vida", disse o grupo britânico.Amanhã, parlamentares dos maiores partidos políticos da Índia chegarão a Srinagar, onde se encontrarão com líderes da Caxemira para encontrar maneiras que possam atender às longas demandas da população local. Contudo, separatistas afirmam que não se reunirão com os parlamentares e definiram a visita com um "golpe de marketing" da Índia.Desde 1989, uma violenta insurgência separatista e a subsequente repressão do governo indiano deixaram 68 mil pessoas mortas na Caxemira.

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