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"Morreremos nos defendendo", diz Arafat

Por Agencia Estado
Atualização:

O líder palestino Yasser Arafat disse hoje a uma multidão reunida em uma catedral do Cairo, capital do Egito, que o povo palestino morrerá se defendendo e que defenderá os lugares sagrados da Terra Santa diante da agressão israelense. Ele qualificou os ataques à Basílica da Natividade de "crime". Falando por telefone celular de seu QG em Ramallah, na Cisjordânia, Arafat disse a cerca de 5.000 pessoas que lotavam a Catedral Abassiya, na capital egípcia, que "o povo palestino morrerá se defendendo contra os ataques militares israelenses aos territórios palestinos". Líderes religiosos egípcios, destacados políticos, artistas e chefes comunitários estavam entre a multidão reunida para o evento denominado Conferência Nacional de Apoio ao Povo Palestino. "A ocupação (israelense) está indo além dos limites...contra nossas crianças, nossas mulheres...(mas também) contra nossos santuários cristãos e muçulmanos", disse Arafat. "A agressão que continua hoje contra a igreja da Natividade... é um crime... nós continuaremos a defender essas igrejas a despeito de qualquer um. Morreremos nos defendendo", disse ele sob forte aplauso. Desde 2 de abril, as forças israelenses mantêm sob cerco a Basílica da Natividade em Belém, em cujo interior cerca de 200 palestinos armados estão refugiados. O templo milenar, um dos lugares mais sagrados do cristianismo, foi erguido sobre a gruta onde, segundo a tradição, Jesus Cristo nasceu. Ao lado dos milicianos palestinos, várias dezenas de clérigos se encontram dentro do complexo religioso, inclusive um frade brasileiro. O patriarca da Igreja Ortodoxa Copta, Shenouda III, disse a Arafat que "nosso povo está com você, pedimos a Deus que o salve da situação em que se encontra... esperamos visitá-lo na Palestina." Tanto Shenouda como o Grande Xeque Mohammed Sayed Tantawi, do Instituto al-Azhar - a maior autoridade islâmica no Egito - disseram que se recusam a visitar Jerusalém enquanto a cidade permanecer sob controle israelense. O ministro do gabinete palestino Nabil Shaat também dirigiu palavras à multidão reunida na igreja, e prometeu que "iremos lutar pela paz em Jerusalém".

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