Uma estação de trem foi incendiada e policiais foram atacados com tijolos e bombas caseiras em uma revolta que tomou conta das ruas de Sydney, na Austrália, em razão da morte de um aborígene de 17 anos. A polícia é acusada de ser responsável pela morte do rapaz. O tumulto, que durou cerca de nove horas e atravessou a madrugada de domingo para segunda-feira, ocorreu nas vizinhanças de Redfern, bairro aborígene da cidade mais populosa da Austrália. O garoto Thomas Hickey morreu espetado em uma cerca após cair de sua bicicleta na noite de domingo. A mãe do rapaz e o resto da comunidade aborígene de Redfern acusam a polícia de perseguir Hickey e levá-lo à morte. A morte do adolescente provocou a revolta dos aborígenes, que dizem ser tratados de forma subumana pela polícia australiana. "Isso tem que parar. Eles tratam nossos filhos como cachorros", disse a mãe do adolescente morto, Gail Hickey. A polícia negou que estivesse perseguindo o rapaz. Cerca de 40 policiais ficaram feridos na revolta. Quatro revoltosos foram presos e as autoridades locais determinaram uma investigação sobre participação da polícia na morte de Hickey. O bairro de Redfern nasceu de uma política habitacional do governo australiano na década de 70, com a compra de casas para aborígenes que não tinham lar. Três décadas depois, o bairro se tornou um reduto do tráfico de drogas e é visto pela população de Sydney como área perigosa de se freqüentar. Os aborígenes somam 400 mil pessoas dentre os 20 milhões da população australiana.