Morte de líder pró-apartheid teria motivação sexual

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Por AE
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A polícia sul-africana admitiu ontem, pela primeira vez, que investiga a possibilidade de haver uma motivação sexual para o assassinato do líder supremacista branco Eugene Terreblanche, morto a pauladas na semana passada. A defesa dos acusados alega que eles estavam se protegendo das "investidas homossexuais de Terreblanche". "Há um forte componente de sodomia que levou ao homicídio", disse Puna Moroko, um dos advogados dos dois negros, um de 27 e outro de 15 anos, que trabalhavam para o fundador do Movimento de Resistência Africâner (AWB). Terreblanche foi morto no dia 3, na casa dele, no vilarejo de Ventersdorp, norte do país. Ele foi encontrado na cama com as calças abaixadas até os joelhos. No chão do quarto foi encontrado um preservativo usado. No início, a polícia negou que houvesse um preservativo na cena do crime. Ontem, porém, o tenente Jan Mabula, um dos responsáveis pela investigação, disse que "nenhuma hipótese está descartada". Os rumores ganharam ainda mais força depois que a polícia formalizou contra os dois negros a acusação de injúria, que no direito sul-africano envolve algum tipo de abuso sexual da vítima.O AWB divulgou nota ontem refutando as especulações sobre a morte de seu líder e voltou a acusar Julius Malema, presidente da Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA), partido governista. Segundo os extremistas, Malema é responsável pelo crime porque sempre canta em seus comícios a música Shoot the boer ("Atire no bôer"), que prega a violência contra os fazendeiros brancos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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