10 de fevereiro de 2015 | 12h26
BUENOS AIRES - A morte do promotor argentino que acusou a presidente Cristina Kirchner de encobrir a participação de iranianos no atentado contra a Amia em 1994 foi uma tentativa de golpe de Estado, disse na segunda-feira 9 o subsecretário de Relações com a Sociedade Civil do governo da Argentina.
O promotor Alberto Nisman foi encotnrado morto no dia 18 de janeiro em seu apartamento em Buenos Aires com um tiro na cabeça e uma arma ao lado, dias após ter denunciado um suposto complô para encobrir os autores do ataque antissemita investigado por ele há uma década.
Entenda. Quem é quem no caso Nisman
"Estamos diante de uma tentativa de golpe de Estado, que procura derrubar a presidente e acabar com esse projeto político que governa desde 2003, para impor a restauração conservadora-neoliberal que governou durante décadas para seu próprio proveito", disse o subsecretário Gustavo López, em comunicado.
O subsecretário não apontou claramente quem considera ser responsável pela morte de Nisman, mas relacionou o caso aos "grandes interesses econômicos". Ainda não se sabe se o promotor cometeu suicídio ou foi assassinado.
A morte de Nisman prejudicou a imagem de Cristina, complicando as opções do governo para as eleições presidenciais de outubro. A presidente não poderá concorrer porque já exerceu dois mandatos consecutivos, mas especialistas dizem que o caso vai atingir negativamente o candidato que for escolhido pelo atual governo.
O governo afirma que o promotor recebeu informação falsa de ex-agentes de inteligência para elaborar sua denúncia, que, além de Cristina, inclui também o chanceler argentino, Héctor Timerman, e um parlamentar.
Quatro dias antes de morrer, Nisman havia denunciado um plano governamental para encobrir iranianos acusados de terem organizado um atentado contra a organização judaica em Buenos Aires, que deixou 85 mortos. /REUTERS
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