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Morte de taleban fortaleceria relação Washington-Islamabad

Para analistas, ataque legitima uso de drones em bombardeios na região

Por ASSOCIATED PRESS
Atualização:

O ataque que teria matado o líder do Taleban no Paquistão, Baitullah Mehsud, tem tudo para fortalecer a relação entre Estados Unidos e Paquistão e o esforço dos dois países em perseguir insurgentes na fronteira paquistanesa com o Afeganistão. Funcionários do governo americano e analistas internacionais afirmam que o ataque também legitimaria o uso de aviões não-tripulados (drones), que tem afetado bastante a capacidade de operação dos militantes islâmicos na região desde o ano passado, quando foram intensificados. A possível morte de Mehsud também daria um novo fôlego para a política antiterror do presidente dos EUA, Barack Obama, que reforçou o efetivo americano no Afeganistão e ampliou os ataques aos grupos insurgentes islâmicos na região, ao mesmo tempo em que expandiu o uso do poder brando (soft power), principalmente por meio de investimentos em desenvolvimento econômico, para ganhar apoio da população local contra o terrorismo. Segundo funcionários do governo americano, que não quiseram se identificar, há alguns meses comandantes militares dos EUA e do Paquistão vêm trabalhando de maneira mais próxima, dividindo informações de inteligência e coordenando ataques. Alguns analistas, contudo, dizem que a relação entre os dois países ainda é frágil. Para o governo paquistanês, a aliança com os Estados Unidos é extremamente impopular internamente. O temor é que a morte do líder do Taleban no Paquistão possa diminuir o entusiasmo de Islamabad em realizar novas operações na região. "Este é um passo muito importante para as relações EUA-Paquistão", disse Juan Zarate, analista do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais, de Washington. DRONES O uso de aviões não-tripulados foi retomado no fim do governo do presidente George W. Bush e intensificado nos primeiros sete meses da presidência de Barack Obama. Os alvos prioritários dos drones eram os principais líderes da Al-Qaeda, como Osama bin Laden e Ayman al-Zawahiri. No entanto, funcionários do Pentágono confirmaram que há algum tempo membros do alto comando do Taleban, como Mehsud, também haviam se tornado objetivo dos ataques realizados na fronteira entre Afeganistão e Paquistão. Ano passado, em reunião secreta, militares paquistaneses concordaram em apertar o cerco contra a Al-Qaeda no Paquistão desde que os EUA atacassem líderes taleban no país. O almirante Mike Mullen, presidente do Estado-Maior Conjunto do Exército dos EUA, esteve 13 vezes no Paquistão nos últimos dois anos para coordenar as ações dos dois países.

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