
04 de agosto de 2011 | 17h30
BEIRUTE - As Forças Armadas da Síria mataram mais de cem pessoas na cidade de Hama, no oeste do país, nas últimas 24 horas, informaram ativistas nesta quinta-feira, 4, ao jornal americano The New York Times. Assim, passa de 200 o número de vítimas da repressão do regime de Bashar Assad contra os manifestantes pró-democracia desde domingo.
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A situação tem se deteriorado em Hama desde domingo, quando teve início a intensa repressão das tropas do governo contra as manifestações contrárias ao governo de Assad. O episódio é um dos mais violentos já registrados na síria desde que começou a revolta contra o regime de Assad, em março deste ano. Ativistas dizem que mais de 1.700 pessoas morreram desde então.
Além da violência, Hama também sofre com a cortes nos serviços de telefonia, internet, eletricidade e distribuição de água há dois dias. É possível entrar em contato com a cidade apenas por aparelhos de comunicação via satélite. A população teme que o Exército possa promover um massacre sem precedentes caso o local fique sem qualquer linha de comunicação. Mais de mil famílias já deixaram a cidade.
Enquanto isso, a mídia estatal síria evita falar da situação em Hama e apenas menciona as tentativas de Assad de promover o diálogo político com a oposição. Nesta quarta, o presidente assinou um decreto nesta quinta-feira autorizando a adoção de um sistema multipartidário no país, o que foi considerado uma piada pelos opositores.
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Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou - por meio de uma declaração presidencial, mais branda do que uma resolução - a violência das forças de segurança de Damasco. O órgão máximo das Nações Unidas também pediu aos manifestantes que evitem ataques contra alvos do governo, como queriam países emergentes, entre eles o Brasil.
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