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Mortos na Líbia chegam a 20, segundo oposição

Protestos contra regime de Kadafi, o mais antigo da região, espalharam-se por pelo menos 5 cidades do país após a convocação de ''dia de fúria''

Atualização:

TRÍPOLIManifestantes líbios tomaram as ruas de pelo menos cinco cidade do país ontem, em mais um dia de protestos contra o governo de Muamar Kadafi, no poder há quatro décadas. O "dia de fúria" da Líbia acabou em confronto entre apoiadores e opositores do regime. Segundo a oposição, pelo menos 20 pessoas morreram durante as manifestações desta semana.A organização não governamental Human Rights Watch (HRW) afirmou que forças de segurança líbias prenderam 14 pessoas. Na capital, Trípoli, centenas de apoiadores do de Kadafi marcharam, bloqueando o trânsito em diversas região, de acordo com testemunhas, e não houve confronto. "Estamos defendendo Kadafi!", gritaram os governistas na Praça Verde.O site de oposição Libya al-Youm afirmou que a violência tomou conta em Beyida, Benghazi, Zentan, Rijban e Darnah. A exemplo do que ocorreu na Tunísia, no Egito e em outros países do norte da África e Oriente Médio, os protestos de ontem foram convocados em sites de redes sociais."Hoje (ontem), os líbios quebram uma barreira de medo. É um novo alvorecer", disse Faiz Jibril, líder opositor atualmente no exílio. Segundo a oposição, quatro manifestantes foram executados por atiradores de elite das Forças Internas de Segurança em Beyida, onde protestos ocorreram na quarta-feira e ontem.O dissidente Fathi al-Warfali, porém, declarou que Beyida 11 manifestantes na noite da quarta-feira por batalhões do Exército deslocados para conter os protestos na região. Mohammed Ali Abdellah, vice-líder do Fronte Nacional para a Salvação da Líbia, partido que atua no exílio, afirmou que os hospitais da cidade receberam cerca de 70 feridos desde a noite de quarta-feira. Segundo ele, faltou material médico para atender todas as vítimas.Em Benghazi, segunda maior cidade do país, seis pessoas foram baleadas e mortas ontem, de acordo com o site de oposição. Um morador da região disse à agência Reuters que, na vizinha Al-Bayda, outras cinco pessoas morreram durante protestos. "A situação ainda está complicada. Os jovens não querem escutar ao que os mais velhos têm a dizer." A mesma fonte disse que em Ajdabya, a 160 quilômetros de Benghazi, "várias pessoas" foram mortas. Historicamente, o apoio a Kadafi é fraco a região.Os opositores reivindicam liberdade política, respeito pelos direitos humanos e o fim da corrupção na Líbia. Kadafi, porém, afirma que o país tem "uma democracia verdadeira", em um sistema cujas regras têm base em instituições chamadas "comitês populares". O jornal Quryna afirmou que um chefe regional de segurança de Al-Bayda foi afastado. AP e REUTERSFICHA TÉCNICAOpositores exigem liberdade política, respeito aos direitos humanos e o fim da corrupçãoLíderMuamar KadafiNo poderdesde 1969População6,4 milhõesÁrea1,7 milhão de km2CapitalTrípoliRegimeSem ConstituiçãoAliançasAntes tratado como pária, hoje o país é considerado aliado do Ocidente

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