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Mortos por tremor na Nova Zelândia já chegam a 75

Cerca de 300 pessoas ainda estariam desaparecidas; premiê declara estado de emergência nacional.

Por BBC Brasil
Atualização:

Terremoto provocou o desabamento de várias construções em Christchurch O primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Key, declarou nesta quarta-feira um estado de emergência nacional após o terremoto que atingiu na véspera a cidade de Christchurch, a segunda maior do país. O número oficial de mortos pelo tremor de magnitude 6,3 já chega a 75, mas ainda há cerca de 300 pessoas desaparecidas. Pelo menos 48 pessoas foram retiradas com vida de escombros durante a madrugada. A polícia anunciou nesta quarta-feira o abandono das buscas nos escombros de um edifício de escritórios onde acredita-se que haveria até cem pessoas soterradas, mesmo após uma mulher ter sido resgatada no local após mais de 24 horas do tremor. "Não acreditamos mais que seja possível haver sobreviventes neste local", disse o comandante da polícia local Dave Lawry. "Foi uma decisão difícil, e meus sentimentos estão com as famílias (das vítimas)", afirmou. Segundo ele, as operações de resgate precisam agora se concentrar em áreas onde haveria mais chances de encontrar sobreviventes. Toque de recolher As autoridades locais determinaram um toque de recolher à noite nas áreas mais afetadas da cidade. O tremor registrado às 12h51 desta terça-feira (20h51 de segunda-feira em Brasília) foi o segundo grande terremoto a atingir Christchurch em cinco meses. O tremor de setembro, de magnitude 7,1, teve epicentro mais longe do centro da cidade e mais profundo, e não deixou mortos, apenas grandes danos materiais. O terremoto desta terça-feira foi o desastre natural mais mortífero dos últimos 80 anos na Nova Zelândia. 'Carnificina' A situação na cidade ainda é de caos. Segundo a polícia, há "uma carnificina incrível por toda a cidade", com "corpos acumulados nas ruas". "Há uma carnificina incrível em toda a cidade", afirmou o superintendente da polícia Russell Gibson. "Há corpos deixados nas ruas, presos em carros ou esmagados pelos escombros", disse. "Estamos recebendo mensagens de celular ou ouvindo sons vindos debaixo de algumas das construções desabadas, e é nesses locais que estamos concentrando nossos esforços", disse. "Conseguimos retirar algumas pessoas sem nenhum arranhão, mas houve outros casos em que tivemos que amputar membros para retirar as pessoas", afirmou. As equipes de resgate colocaram um cordão de isolamento em torno do segundo maior edifício da cidade, o Hotel Grand Chancellor, que ameaça desabar. Abrigos de emergência foram montados em um parque da cidade, em um hipódromo, em escolas e em prédios do governo local. Todas as escolas de Christchurch, cidade de 375 mil habitantes, permanecem fechadas até que as autoridades avaliem os danos provocados pelo terremoto às construções. Após uma reunião de gabinete na capital, Wellington, o premiê do país, John Key, declarou um estado de emergência nacional. Segundo ele, isso permitirá a melhor coordenação possível dos recursos locais, nacionais e internacionais para os esforços de resgate e recuperação. Em um discurso, ele disse aos moradores de Christchurch que os neozelandeses "sentem sua dor como somente uma pequena nação pode sentir". "As coisas vão melhorar. Christchurch vai se reerguer de novo", disse. "Este país apoia vocês com toda nossa força",afirmou. Círculo de Fogo A Nova Zelândia está ao sul do chamado Círculo de Fogo do Pacífico, acima de uma área da crosta terrestre na qual a placa do Pacífico se encontra com a placa indo-australiana. O país registra cerca de 14 mil tremores ao ano, dos quais somente cerca de 20 em média com magnitude superior a 5. O último terremoto com mortes no país havia sido em 1968, quando um tremor de magnitude 7,1 deixou três mortos na costa oeste. O terremoto desta terça-feira foi o desastre natural que deixou o maior número de mortos no país pelo menos desde 1931, quando 256 pessoas morreram em um terremoto em Hawke's Bay. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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