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Moscou retoma patrulhas da Guerra Fria

Após 15 anos, bombardeiros russos voltam a vigiar áreas no exterior

Por Ap e Reuters
Atualização:

A Rússia retomou a prática da era soviética de enviar bombardeiros para patrulhar regularmente áreas além das fronteiras do país, anunciou ontem o presidente Vladimir Putin, numa decisão que deve aumentar ainda mais as tensões diplomáticas entre o Kremlin e países ocidentais. "Hoje (ontem), 14 bombardeiros estratégicos decolaram de 7 bases russas", afirmou Putin na cidade russa de Chelyabinsk, perto dos Montes Urais, durante um exercício militar conjunto com forças da China e das ex-repúblicas soviéticas do Tajiquistão, Usbequistão, Quirguistão e Casaquistão. "A partir de agora, essas patrulhas serão rotina. Esperamos que nossos parceiros entendam essa decisão." Na semana passada, aviões russos chegaram perto da ilha de Guam, no Oceano Pacífico, onde os EUA têm uma base militar. De acordo com Putin, a retomada das patrulhas, suspensas havia 15 anos, é uma resposta às "ameaças à segurança" russa. "Em 1992, a Rússia unilateralmente suspendeu as patrulhas. Mas, infelizmente, o exemplo não foi seguido por todos os países", disse o presidente, numa aparente referência aos EUA. As relações entre Moscou e Washington vêm piorando desde o começo do ano, quando os EUA anunciaram a intenção de construir um escudo antimíssil em países da Europa. Para o Kremlin, o plano americano ameaça a segurança da Rússia. O governo do presidente americano, George W. Bush, mostrou-se indiferente ao anúncio de ontem. "Se a Rússia acha que deve tirar a naftalina desse aviões e usá-los novamente, então essa é uma decisão deles", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack. Cerca de 6 mil soldados da Rússia, da China e dos outros quatro países da Organização de Cooperação de Xangai, criada em 2001, participaram do exercício militar em Chelyabinsk.

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