Moscou tem dia de protestos

Ato pró-Putin ganha de homenagem a jornalista morta

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Por Reuters , AFP e Moscou
Atualização:

Cerca de 2 mil manifestantes exigiram ontem, em Moscou, a apuração imparcial do assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, que completou um ano, enquanto pelo menos o dobro de pessoas comemorava nas ruas da cidade, com música e dança, o aniversário do presidente Vladimir Putin, um dos principais alvos da jornalista. Putin celebrou os 55 anos no Kremlin, ao lado de chefes das forças de segurança criticados por Politkovskaya e de ministros e parentes de soldados mortos no conflito da Chechênia. O chefe do Comitê de Investigação, Alexnadr Bastrykin, afirmou que a polícia acredita já ter identificado os assassinos da jornalista, mas demonstrou pessimismo quanto à descoberta dos mandantes. "Infelizmente, em casos semelhantes, quando se utiliza uma longa rede de pessoas, é difícil chegar até o final." Anna Politkosvskaya começou a incomodar o governo em 1998, ao cobrir o regime pró-russo instalado por Boris Yeltsin na Chechênia após a primeira guerra pela independência. Durante a segunda fase do conflito, entre 1999 e 2000, e nos meses seguintes, relatou abusos contra a população, o que levou à sua prisão e expulsão da república separatista, em 2001. Politkovskaia foi morta a tiros no hall do prédio em que morava, em Moscou, após receber ameaças. Cerca de um mês depois, o ex-espião russo Alexander Litvinenko, que investigava o crime, foi morto em Londres. Manifestações em homenagem a Politkovskaya foram realizadas ontem em outras cidades russas e, também, em Paris e Estocolmo.

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