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Mostramos que podemos, diz Obama em carta a americanos 

Na carta de despedida, o presidente dos EUA defende as conquistas de seus oito anos de governo, embora o próximo líder do país já tenha prometido desmantelar parte do legado

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta quinta-feira, 5, as conquistas de seus oito anos de governo em carta dirigida aos americanos, embora o próximo líder do país, Donald Trump, já ter prometido desmantelar parte desse legado. 

Obama lembra seus oito anos de governo em carta aos americanos Foto: Reprodução

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Obama, que passará o poder ao magnata republicano no dia 20, começa a carta lembrando aos "compatriotas americanos" a grave crise econômica que o país enfrentava em 2009.

"Há oito anos, os Estados Unidos enfrentavam um momento de perigo como nunca tínhamos visto em décadas", afirma o governante em fim de mandato.

Segundo o democrata, essa situação se complicava também porque cerca de 180 mil soldados americanos estavam mobilizados no Iraque e no Afeganistão, e Osama bin Laden, o "cérebro dos piores ataques terroristas em solo americano", continuava "foragido".

"Oito anos depois, uma economia que afundava (a um ritmo de) mais de 8% está agora crescendo a mais de 3%", ressalta o primeiro presidente negro da história do país.

Obama também se mostra orgulhoso por ter reduzido a presença militar americana para 15 mil soldados no Iraque e no Afeganistão e terroristas como Bin Laden, ex-líder da rede Al Qaeda, "foram eliminados do campo de batalha".

O presidente americano ressalta também que os EUA danificaram duramente o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e seus "refúgios" no Iraque e no Afeganistão com o apoio de uma coalizão formada por mais de 70 países.

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Em termos de política externa, Obama se vangloria por ter contribuído na elaboração do acordo nuclear firmado em julho de 2015 entre o Irã e o P5+1 (China, EUA, França, Reino Unido, Rússia, cinco potências nucleares do Conselho de Segurança, mais a Alemanha) para frear o programa atômico iraniano, muito criticado por Trump.

Obama destaca o processo de normalização das relações bilaterais entre EUA e Cuba, que Trump prometeu reverter caso Havana não ofereça a Washington um pacto "melhor", e o Acordo de Paris contra a mudança climática, que também não agrada o sucessor.

Entre as conquistas na política nacional, o líder democrata enfatiza a reforma da saúde, conhecida como 'Obamacare' e promulgada em 2010, que estabelece que todos os cidadãos são obrigados a ter um plano de saúde, medida que beneficiou mais de 20 milhões de pessoas.

O presidente visitou o Congresso na quarta-feira para pedir aos legisladores democratas firmeza contra os esforços republicanos para derrubar a reforma da saúde, que incluirão ações executivas de Trump desde seu primeiro dia na Casa Branca.

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Apesar de ter enaltecido sucessos, Obama lamentou alguns fracassos, como não ter conseguido aprovar medidas de controle do uso de armas de fogo para evitar tiroteios e uma reforma migratória que "encoraje os melhores e mais brilhantes do mundo a estudarem, ficarem e criarem mais empregos" nos Estados Unidos.

"Nos últimos oito anos, nós mostramos que podemos", afirma Obama, em referência ao slogan de sua primeira campanha: Yes, we can (Sim, nós podemos). "Nosso país é mais forte e mais próspero do que era quando começamos, uma situação que deixarei ao meu sucessor e da qual estou orgulhoso. Servir como presidente foi o privilégio da minha vida. Nossos melhores dias ainda estão por chegar", conclui.

Barack Obama fará o último grande discurso como presidenteno dia 10 em Chicago, a cidade onde conheceu a mulher, Michelle, nasceram suas duas filhas, trabalhou como líder comunitário e iniciou a carreira política. / EFE

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