02 de junho de 2012 | 05h21
Texto atualizado as 06h25
CAIRO - O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak foi condenado neste sábado, 2, à cadeia perpétua pelo Tribunal Penal do Cairo, que o considerou culpado pela morte de manifestantes durante a revolução que levou a sua renúncia em fevereiro de 2011.
Também foi condenado à prisão perpétua o ex-ministro do Interior Habib al-Adli pela mesma acusação, enquanto seis de seus ajudantes acabaram absolvidos por não haver provas indubitáveis de sua implicação, segundo o tribunal.
A Promotoria pedira a pena de morte para Mubarak, acusado de ter ordenado disparos contra os participantes dos protestos que eclodiram em 25 de janeiro de 2011.
Por outro lado, a corte, presidida pelo juiz Ahmed Refaat, absolveu Mubarak, seus dois filhos, Alaa e Gamal, e o empresário Hussein Salem, processado à revelia, das acusações de enriquecimento ilícito e danos aos fundos públicos por considerar que esses delitos prescreveram.
Mubarak, com óculos escuros e em uma maca, escutou impassível a leitura da sentença.
Houve incidentes depois de lida a sentença, pelo que os agentes de segurança intervieram.
O chamado "julgamento do século" no Egito começou em 3 de agosto de 2011, após a detenção de Mubarak e de seus filhos em abril desse mesmo ano na localidade litorânea de Sharm el-Sheikh.
O processo, com um expediente de 60 mil páginas, se desenvolveu ao longo de 49 sessões, que, ao todo, somaram 250 horas, lembrou Refaat.
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